Como planejar a redução de gastos não essenciais durante a pandemia

Por: Inayara Poiani4 Minutos de leituraEm 08/05/2020Atualizado em 19/05/2020

A pandemia causada pelo Sars-CoV-2, o novo Coronavírus, gerou impactos sociais e econômicos em todo o mundo. Com as incertezas em mente, a gestão de caixa em empresas precisa ser ainda mais cuidadosa. E uma das maiores considerações neste momento é sobre a redução de gastos não essenciais.

A lógica de trabalho e operação das empresas nesse novo cenário é ímpar e ainda exige ajustes. Ao mesmo tempo que alguns negócios encontram espaço neste momento, sobretudo os com soluções em nuvem, outros enfrentam dificuldades para se sustentar perante a crise. 

Neste último grupo, observa-se uma necessidade latente de se reinventar. Ou seja, tanto buscar oportunidades para manter o negócio ativo, quanto identificar custos secundários, que não são fundamentais nesse momento.

É por isso que a redução de gastos se tornou um dos termos-chave para o novo panorama. Afinal, com leads mais inseguros para fechar uma venda e, teoricamente, oportunidades de expansão mais limitadas, é preciso reequilibrar as contas para sobreviver.


O poder de uma análise de impacto

Antes de reduzir gastos é preciso fazer uma análise preditiva sobre o impacto da crise no seu negócio. Comece pelas ponderações mais básicas como: em sua cartela de clientes, eles fazem parte dos setores mais afetados com essa crise?

Coloque tudo na ponta do lápis, métricas e índices recentes da sua empresa para acompanhar as variações:

  • Quem são os clientes que mais atrasam pagamentos?
  • Qual é o perfil com mais tendências para cancelar?
  • Quais são os meios de pagamento com maior taxa de inadimplência?

A ideia é chegar numa estimativa próxima da realidade, trabalhando números antigos e previsões baseadas no mercado. Em seguida, defina uma margem do melhor ao pior cenário financeiro possível. Afinal, é importante ter um planejamento tanto para o momento mais otimista, quanto para o mais pessimista. 

Com todos os pontos analisados, é hora de criar um plano de contingência. Mas, afinal, quais são as melhores formas de cortar gastos e poupar dinheiro em uma empresa? 

Planejando a redução de gastos não essenciais

Em um cenário ideal, a empresa possui uma reserva financeira para os próximos meses, agiu rápido para retirar o dinheiro de investimentos mais arriscados e possui uma base de clientes consistente na qual consegue aplicar técnicas de customer success. Entretanto, nem todos estavam preparados para as mudanças bruscas causadas pelo novo coronavírus. 

A verdade é que: tanto para os mais cautelosos, quanto aos que foram pegos de surpresa pela crise, o controle de despesas é uma necessidade em comum. Então, vamos analisar algumas das principais dicas para mitigar esse impacto os impactos negativos no caixa. 

1. Corte nos consumos

Trabalhar home office é um recurso muito vantajoso neste período. Além de evitar a propagação do COVID-19, gera uma economia essencial para a empresa. Gastos como água, energia, contas de telefone, reembolso de gasolina e insumos podem ser reduzidos drasticamente. 

2. Direcionamento dos gastos (essenciais x não essenciais)

Com tudo na ponta do lápis fica mais fácil pensar no que é realmente fundamental para a sua operação. 

É necessário avaliar para onde direcionar esses recursos. Isso porque em alguns momentos não se trata de simplesmente eliminar contas, e sim de encaminhá-los às áreas que ajudam a manter seu serviço eficiente.

Por exemplo, por mais que o vale transporte não seja necessário para alguns dos seus colaboradores, neste momento, o valor pode ser reconvertido em uma ajuda de custo para que eles consigam manter o desempenho durante o home office.

Por outro lado, existem aqueles gastos irrisórios que podem ser cortados. Como materiais de escritório, que já não precisam mais do mesmo nível de abastecimento.

3. Pagamentos e tributos oficiais

O Governo Federal lançou uma série de determinações oficiais para minimizar gastos de pequenos, médios e grandes empresários. As normas possibilitam o adiamento e até a suspensão de alguns pagamentos durante esse período. 

Alguns tributos e obrigações de caixa, como o recolhimento das contribuições para o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), ficarão para depois desse período turbulento.

Confira a seguir mais detalhes sobre as determinações oficiais lançadas até o momento:

Pagamentos e tributos adiados pelo governo

Há benefícios para diferentes classes: micro a grandes empresas, pessoas físicas e microempreendedores individuais (MEI). Veja quais são:

  • Adiamento do pagamento da contribuição patronal ao INSS, do Cofins e do PIS/Pasep  – (Pagamentos de abril e maio deverão ser quitados em agosto e outubro).
  • A Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF) de abril, maio e junho poderão ser pagas até o 15º dia útil de julho.
  • Redução em 50% da contribuição das empresas para o Sistema S por três meses, a partir de abril.
  • Microempresas podem adiar por seis meses a parte federal do Simples Nacional – pagamentos de abril, maio e junho podem ser feitos em outubro, novembro e dezembro.
  • Já a parte estadual e municipal do Simples Nacional para as microempresas pode ser adiada em três meses. Os pagamentos do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS – estadual), e o Imposto sobre Serviços (ISS – municipal), passaram de abril, maio e junho para julho, agosto e setembro, respectivamente.
  • A contribuição para o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) foi suspensa por três meses. Os valores de abril a junho deverão ser pagos a partir de julho, em seis parcelas.
  • O Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), pago por pessoas físicas e empresas em empréstimos, foi suspenso por 90 dias, a partir de abril.

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Outras medidas importantes

Outras medidas, que beneficiam a redução de gastos tanto de empresas quanto de pessoas físicas, também foram tomadas. Dentre elas: 

  • A suspensão de cortes de luz para consumidores inadimplentes em alguns estados.
  • A proibição do corte de serviço de clientes com conta de telefone em atraso. Essa decisão vale para todo o Brasil.

Para os endividados ganharem um respiro, o Conselho Monetário Nacional (CMN), autorizou os cinco principais bancos nacionais – Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal, Itaú e Santander – a abrirem renegociações para prorrogar vencimentos de dívidas para até 60 dias.

O momento não é fácil para a economia brasileira. Mas com planejamento estratégico e análise minuciosa para reduzir gastos, aumenta-se consideravelmente as chances da empresa sair dessa crise com as portas abertas. Em tempos de sobrevivência é preciso se reinventar mês após mês.

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