Transformação digital muda cenário do empreendedorismo brasileiro

Por: Fernando Souza2 Minutos de leituraEm 08/09/2022Atualizado em 28/09/2022

Empreender é uma tarefa que implica planejamento, além de muito conhecimento de mercado. E isso inclui estar atento a mudanças como o avanço tecnológico e seu impacto nos negócios. “Para empreender, é preciso entender onde se encaixar hoje e onde estar no futuro: se no mercado tradicional ou no disruptivo”, lembrou Marcel Campos, diretor global de Marketing da Asus, durante entrevista ao Superlógica Talks desta semana.

O executivo brasileiro mora nos Estados Unidos e há duas décadas exerce cargos de liderança em grandes empresas de tecnologia. Desde 2016, Campos dirige a multinacional taiwanesa que tem participação relevante nos mercados de desktops, notebooks e smartphones. Conversamos com ele para saber mais sobre a transformação digital no Brasil e no mundo. Confira.

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Dono de plataforma, o empreendedor do presente

O mercado de plataformas é um negócio disruptivo que cresceu muito no Brasil, e em todo o mundo, na última década. Campos ressaltou que o segredo do sucesso no segmento digital é a característica intermediária das plataformas. “Você não possui produto e nem logística, só conecta as pessoas por meio de uma aplicação B2B ou até C2C. A plataforma promove facilidade: recebe de um lado, repassa para outro, faz isso legalmente e entrega um valor que antes não existia”, afirmou. 

Tamanho benefício precisa ser mapeado pelos empreendedores a fim de aproveitarem oportunidades, já que a tecnologia consegue resolver muitos pontos de ineficiência. “Nos Estados Unidos, a irrigação de grama é algo comum e eu tinha um sistema mecânico que programava o dia e a quantidade de água. Mas comprei um dispositivo que se conecta ao smartphone e faz a média das estações meteorológicas das proximidades. Então, se for chover ele não liga a água. Com essa economia, já paguei o investimento”, explicou.

Os bancos brasileiros e a catequização digital

No cenário brasileiro, Campos atribuiu aos bancos um papel importante, embora involuntário, de inserção da população na era da tecnologia. “O mundo digital da área bancária teve que se deparar com situações adversas como fraudes e sequestros no Brasil. Isso fez os bancos desenvolverem sistemas mais seguros, o que tornou a tecnologia bancária brasileira uma das melhores do mundo”, afirmou. 

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Tamanha transformação digital ajudou na evolução empresarial como um todo, já que todos puderam ver na prática os benefícios da tecnologia. “Isso é legal porque faz as empresas entenderem que têm que se digitalizar o máximo possível. Se até o dinheiro que você manda para outra pessoa está indo de uma maneira tão fácil quanto o Pix, por que não facilitar tudo dentro dos demais processos?”, explicou.

A era digital na comunicação

As mudanças promovidas pela tecnologia têm impactado cada vez mais os meios de comunicação e as redes sociais. O executivo contou que a curadoria feita pelas plataformas, lastreada em engajamento (likes, comentários, compartilhamentos), tem descentralizado o poder dos influenciadores. “A inteligência artificial está tão potente e avançada que o veículo do influenciador não é mais a única fonte de influência. Na verdade, é o vídeo (o material) que a pessoa vai buscar agora e não mais o canal”, finalizou.


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