Como as startups podem te ajudar a vencer com a tecnologia exponencial?

Por: Heitor Facini5 Minutos de leituraEm 19/09/2019Atualizado em 27/11/2019

Nos últimos anos, tudo mudou muito e, principalmente, o mundo dos negócios. Dois grandes fatores estão ligados diretamente a essa mudança: a tecnologia exponencial e as startups. Ambas estão transformando a realidade através da resolução de problemas.. 

“Quais são os grandes problemas do mundo?”, questionou Sandra Miller, diretora de inovação da SingularityU, universidade que fica no Vale do Silício, focada em formar lideranças para um novo mundo baseado em tecnologias e organizações exponenciais. “Boa parte deles podem ser resolvidos com tecnologias exponenciais. Mas existe uma coisa boa: os maiores problemas do mundo também são grandes oportunidades de negócio”. 

Sandra Miller apresentou, no Superlógica Xperience 2019, a palestra “O Imperativo Digital: Como startups podem te ajudar a vencer”. Você pode conferir um resumo legendado dela logo abaixo.

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O que significa exponencialidade?

Para explicar o conceito de exponencialidade, Sandra utilizou um exemplo simples como a caminhada. Segundo ela, se você está em uma trajetória linear e cada passo corresponde a um metro e você andar 30 passos, percorrerá 30 metros. Mas, se esses passos forem exponenciais, o resultado será outro. 

Se eu der 30 passos exponenciais vou conseguir dar a volta em torno da terra mais de 26 vezes!”, explicou Sandra. A exponencialidade significa dobrar a cada vez que o contador avança. Ou seja, se o primeiro passo percorre 1 metro, o segundo vai percorrer 2, o terceiro vai percorrer 4, o quarto percorrerá 8 e assim por diante. 



O que é a tecnologia exponencial?

Seguindo esse mesmo princípio, a tecnologia exponencial é aquela que aumenta cada vez mais rapidamente o seu potencial de processamento. Segundo o que Sandra Miller apresentou, a performance computacional dobra entre 8 e 24 meses. 

“Nos últimos séculos, vivenciamos um crescimento incrivelmente rápido”, lembrou. “Desde a invenção dos trilhos, aviões, penicilina, DNA, luz, ida a lua, internet e por aí vai. A performance fica cada vez maior”. Isso fica claro quando analisamos as revoluções tecnológicas que temos enfrentado:

  • Entre a revolução agrícola e a revolução industrial se passaram 8 mil anos;
  • Entre a revolução industrial e a descoberta da energia elétrica foram 120 anos;
  • Entre a descoberta da luz elétrica e a ida à lua foram 90 anos;
  • Entre a ida à lua e a internet foram 22 anos;
  • Entre a internet e o sequenciamento do genoma humano foram 9 anos.

Outro exemplo, é o tamanho do processamento que os smartphones têm. “Hoje, nos nossos bolsos temos uma tecnologia que tem mil vezes mais capacidade e performance que a nave que levou o homem a lua”, adicionou. “É incrível! O sequenciamento do DNA também é outra coisa que era incrivelmente cara e barateou muito. No início do século custava US$ 1 milhão e hoje por menos de US$ 500 você consegue. Tome também o exemplo de novas tecnologias, como a inteligência artificial. No passado você não imaginava isso!”.

Isso cria o que ela chama de “desmonetização”, quando algo que, à princípio, parecia muito caro e tem um valor imensamente diminuído com o passar do tempo. “O volume aumenta e o custo cai abruptamente. Inicialmente, essas tecnologias disruptivas enganam você”.

Os 6 D’s da tecnologia exponencial

Ela apresentou um framework criado por outro co-fundador da SingularityU, Peter Diamandis, que é chamado de “6 D’s da tecnologia exponencial”. Segundo ela, eles seriam:

  • Digitized (digitalizado);
  • Deceptive (enganador);
  • Disruptive (disruptivo);
  • Dematerialized (desmaterializado);
  • Demonetized (desmonetizado);
  • Democratized (democratizado).

“Quando uma tecnologia se digitaliza (sai do meio físico e passa a ser digital), ela se torna incrivelmente mais barata. Inicialmente, pode parecer meio enganador e a gente não acredita que aquilo realmente se tornaria mais acessível. A partir de um ponto, quando a tecnologia se desenvolve o bastante para diminuir o seu custo de produção, ela se torna disruptiva”. 

Com a disrupção, a tecnologia se divide em três coisas diferentes: desmaterialização, desmonetização e democratização. “Qual foi a última vez que você comprou um mapa, câmera ou uma lanterna? Isso já vem de graça com seu celular”. 

As startups e a exponencialidade no mundo dos negócios

“Em 10 anos, é previsto que 40% das empresas que fazem parte da Fortune 500 (500 empresas mais valiosas do mundo) não existam mais!”, alertou Sandra Miller. “O número de startups (termo startup significa média ou pequena empresa que vende um produto ou serviço com objetivo de gerar lucros com crescimento exponencial) cresceu, assim como o número de vendas que elas realizam e os investimentos que elas recebem”. 

Esse crescimento é resultado direto da abundância de tecnologia (que está virando uma espécie de commodity) e da velocidade que a era exponencial proporcionou. Tome, por exemplo, os unicórnios, startups com valor de mercado de US$ 1 bilhão ou menos. “Hoje, temos 3027 unicórnios no mundo”, afirmou. “1 mês atrás, eram 30 companhias a menos”. Em setembro, 8 startups brasileiras tinham atingido o valor de mercado de um unicórnio

O Google demorou mais de 8 anos para atingir esse valor e o Facebook levou 6. A Waze, empresa de mapas via GPS, levou apenas 2. “Esse espaço, dos unicórnios, está cada vez ficando mais repleto de empresas. Você, empresa de grande porte, precisa navegar nesse mar”.

Como se relacionar com startups?

Sandra apresentou alguns dados sobre as startups:

  • 100 milhões são abertas anualmente;
  • O valor de aquisições de startups por empresas originalmente não tecnológicas aumentou de US$ 20 bilhões em 2011 para US$ 105 bilhões em 2016;
  • A porcentagem de investimentos em startups de tecnologia por empresas não originalmente tecnológicas aumentou de 24% em 2014 para 51% em 2017.

“Risco, tempo e dinheiro são grandes elemento na vida de uma startup”, lembrou. “Por definição, elas buscam alcançar a maior quantia de dinheiro, com o menor investimento e utilização de recursos possíveis. Além disso, estão dispostas a tomar qualquer risco para atingir isso e conquistar clientes”.

Entenda em que negócio você está

O primeiro passo para se relacionar com uma startup é entender qual é o negócio que você oferece. Por exemplo:

  • Nike não está no negócio de tênis e sim de performance atlética;
  • Ford não está no negócio de carros e sim de mobilidade urbana;
  • Facebook não está no negócio de fotos e sim de compartilhar momentos da vida.

“As grandes empresas precisam deixar de lado o medo de perda de mercado que elas enfrentam e passarem a encarar startups como oportunidades, sendo mais proativas e menos reativas às mudanças”, lembrou. 

Existem 3 maneiras que as startups e empresas maiores podem se relacionar/interagir entre si: parceria, investimento e aquisição.

O que se busca em parcerias com startups?

Em caso de parceria, startups buscam empresas maiores com:

  • Orçamento para investir;
  • Lideranças fortes para o crescimento;
  • Recursos para escala.

As empresas grandes procuram startups com:

  • Ser um negócio escalável;
  • Estabilidade financeira;
  • Capacidade de ser bem sucedida e atingir receita ambiciosa.

O que se busca em investimento em startups?

Uma empresa que procura investir em startups tem que definir o que é sucesso. “Os objetivos com o investimento tem que ser completamente claros. É um objetivo estratégico? O objetivo é financeiro?”.

É possível atingir os dois, mas a métrica de sucesso (métrica estrela-guia) tem que ser bem clara. Se o objetivo é financeiro, adicionar as soluções na empresa não deve definir o sucesso. Se o objetivo é estratégico, receita não deve definir o sucesso. 

O que se busca em aquisição de startups?

Sandra trouxe o exemplo do Facebook. “Eles buscaram adquirir empresas que falavam exatamente da solução que ofereciam. Eram startups que competiam com eles pela audiência ou poderiam aumentar o engajamento do próprio Facebook”. 

Por isso, é necessário buscar investimentos que faça com que a sua empresa “seja forte e melhor com seus consumidores”. 

Exponencialidade é uma mentalidade

Sandra Miller concluiu sua palestra dizendo que exponencialidade é muito mais sobre a mentalidade da liderança executiva dentro das empresas que a tecnologia.

“Eu percebi, na SingularityU, que a maioria das empresas que sofrem com a disrupção tem mentalidades muito retrógradas quanto ao tratamento do funcionário”, lembrou Sandra. “A mudança tem que ser abraçada pelo topo da empresa, pelo board, para ser feita pelo resto das empresas”. 

É necessário enxergar esses grandes movimentos e encontrar uma oportunidade e não uma ameaça. “Você precisa sair da sua zona de conforto! Você precisa pensar grande e empoderar a tomada de decisão na sua empresa. Incentive a falha! Se não falhamos tanto, será que estamos pensando grande o bastante?”, concluiu. 

Sobre a Superlógica

A Superlógica desenvolve o software de gestão líder do mercado brasileiro para empresas de serviço recorrente. Somos referência em economia da recorrência e atuamos nos mercados de SaaS e Assinaturas, Condomínios, Imobiliárias e Educação

A Superlógica também realiza o Superlógica Xperience, maior evento sobre a economia da recorrência da América Latina, e o Superlógica Next, evento que apresenta tendências e inovações do mercado condominial. 

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