Qual o futuro dos meios de pagamento no Brasil?

Por: Heitor Facini4 Minutos de leituraEm 29/04/2019Atualizado em 27/11/2019

Hoje em dia, o boleto bancário e o cartão de crédito são, de longe, os principais meios de pagamento no Brasil. Entretanto, as transformações digitais acontecem muito rapidamente. Mesmo que ao longo dos últimos 30 anos os meios de pagamento tenham passado por muitas mudanças no Brasil, o futuro pode ser ainda mais revolucionário!

Selecionamos três tendências que, já nos próximos anos, vão mudar drasticamente a forma que fazemos cobranças e pagamentos: blockchain, open banking e pagamento instantâneo peer to peer.

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Blockchain vem para trazer a descentralização dos processos

O blockchain é uma tecnologia de registro distribuído que visa a descentralização de processos como medida de segurança. É como um grande livro de registro que salva centenas de informações que, em vez de estarem reunidas em apenas um único lugar, estão multiplicadas e replicadas em vários lugares na nuvem através de uma cadeia de blocos. Dessa maneira, é quase impossível fraudar ou perder alguma informação, tornando-a muito segura.

Da mesma maneira que a informação salva nesses blocos tem uma grande criptografia, ela também é pública, dando abertura para qualquer um poder auditar essas informações. Ela diminui a chance de que essas informações sejam deturpadas por conta da corrupção ou da tentativa de ocultação da mesma. A tecnologia se tornou muito popular com o boom do bitcoin e de outras moedas virtuais.

Carlos Netto, CEO da Matera, vê como problema a tecnologia não possuir informações sobre os clientes. “Aqui no Brasil e em muitos lugares do mundo, é impensável realizar transações bancárias no anonimato. Dessa maneira, em relação a quantidade de informações sobre a transação, o blockchain só ganha do “dinheiro vivo”.

Entretanto, a maneira de fazer negócios através do blockchain pode ser muito interessante para as instituições financeiras transacionarem dinheiro entre si. “Hoje a gente tem o TED, mas normalmente tem uma demora muito grande para o processo ser concluído. O blockchain aceleraria bastante esse processo”, indica Carlos.

Johan Hendrik, professor doutor do curso de administração da Faculdade de Ciências Aplicadas da Unicamp, ressalta a importância do blockchain na redução do chargeback. “Nele, você tem a redundância da informação. Isso dá mais controle na operação e garante que a fraude ocorra cada vez menos”, explica.

Open Banking vem para trazer mais transparência nas informações

O modelo de Open Banking serve para transformar a maneira com que as instituições financeiras lidam com as informações. Nesse caso, em vez das instituições terem total controle sobre as informações, os usuários deteriam o poder e poderiam cedê-las para quem quiser.

“Eu sou dono dos dados! Eu quero permitir que qualquer site ou qualquer banco tenham= acesso a essas informações, os dados são meus”, ressalta Carlos Netto. “Existe um risco para o lado dos bancos, já que se alguém mal intencionado roubar esses dados, o cliente pode acabar processando indevidamente o banco”.

Dessa maneira, qualquer um poderia transacionar com quem quisesse e poderia permitir quem ou que aplicativo quisesse controlar suas contas. Hoje, normalmente, o usuário está no meio do caminho. Ele que tem que pegar as informações do bancos e passar para qualquer um que necessite utilizá-las. A ideia do open banking  é que não exista o intermediário do usuário e os dois lados se comuniquem diretamente.



Pagamento instantâneo (peer to peer) é o futuro dos meios de pagamento

O Peer to peer (em tradução livre, par a par), ou simplesmente P2P, é um modelo de realizar transações sem um intermediário. Dessa forma, o cidadão negocia diretamente com o próprio cidadão, a empresa negocia diretamente com a empresa e o cidadão negocia diretamente com a empresa.

De certa maneira, é o que acontece com o próprio dinheiro vivo, mas dessa vez transportado inteiramente ao ambiente digital. Com isso, as transações poderiam ser realizadas e faturadas na hora, sem depender de horário ou meios bancários para isso.

É o que aplicativos como o WeChat e o AliPay fazem na China, onde está praticamente abolido o dinheiro em papel. Para se transacionar uma quantia, o aplicativo lê um código QR e entende o valor daquele documento (lembra um pouco o boleto, né?). O cliente aceita o pagamento e a transação é feita na hora.

A diferença de lá, é que a situação é mais fácil já que existe apenas uma instituição bancária. “Se fosse para realizar um WeChat no Brasil, já teria sido feito. Na verdade, isso existe de certa maneira já que de banco para banco você consegue facilmente transferir aqui no Brasil instantâneamente”, explicou Carlos Netto, CEO da Matera.

Por isso, o Banco Central já estuda meios de conseguir implementar o pagamento instantâneo na realidade brasileira. Para isso, criou um grupo de estudos para tentar criar uma API que pudesse fazer pagamentos na hora, 24 horas por dia, 7 dias por semana.

“O pagamento instantâneo chinês funciona com uma espécie de Whatsapp, já que a ‘mensagem’ chega na hora, mas apenas dentro do próprio aplicativo. No Brasil, seria uma espécie de e-mail, visto que dessa maneira, qualquer servidor entende a ‘mensagem’. É uma forma muito mais democrática que o duopólio de lá”.

Carlos acredita que isso estará logo disponível e bem consolidado no Brasil. “Eu vejo isso acontecendo em poucos anos. Imagina que você vai retirar um refrigerante de uma máquina. Você transfere o dinheiro da sua conta diretamente na conta da máquina e a lata cai na hora. Tudo isso, em uma incrível fração de segundos”.

A ideia é que isso revolucione muito e, pelo menos, transforme os meios de pagamento de hoje em dia – se não acabar com eles. O boleto perde o sentido, o cartão de crédito muda de forma (já que você poderia também agendar transações) e o dinheiro vivo cada vez ficaria mais obsoleto.

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