Fender, famosa marca de instrumentos musicais, entra de vez na recorrência com aplicativo

Por: Felipe Haguehara3 Minutos de leituraEm 22/11/2019Atualizado em 14/01/2020

No dia 22 de outubro, uma gigante da indústria da música entrou definitivamente para a economia da recorrência. A Fender, lendária marca de instrumentos, lançou o aplicativo Fender Songs, pelo qual os usuários podem aprender os acordes de suas músicas favoritas.

Com o novo produto, a empresa sinaliza uma nova abordagem no mercado – que já deu muito certo para players de outros segmentos. A Adobe, por exemplo, desde que adotou o modelo de assinaturas para vender seu software viu um crescimento exponencial em sua receita – de 4.6 bilhões de dólares, em 2012, para 9.03 bilhões, em 2018.

O próprio gerente geral da Fender, Ethan Kaplan, sinalizou o interesse no mercado de streaming. Segundo ele, são “225 milhões de pessoas pagando por streaming hoje”, ou seja, um mercado grande que pode ser impactado com futuras parcerias comerciais.

No momento, o app ainda não está disponível no Brasil e funciona apenas no IOS, sistema operacional da Apple. Aliás, o seu funcionamento do aplicativo está diretamente atrelado ao Apple Music, streaming de música da empresa.


Como funciona o Fender Songs?

O aplicativo lançado pela marca de instrumentos não é uma simples coleção de cifras e acordes, ele utiliza uma tecnologia que alavancou o sucesso de gigantes como Netflix e Spotify, o machine learning.

Basicamente, o Fender Songs analisa as músicas ouvidas pelo usuário no Apple Music e gera diagramas de acordes para que ele possa aprendê-las. Além disso, o próprio aplicativo já conta com mais de um milhão de canções em seu catálogo.

O trabalho feito pelo computador é conferido por auditores humanos, para se certificar da exatidão das cifras geradas. Há ainda parcerias comerciais com gravadoras e editoras para adicionar mais um elemento de precisão aos diagramas e remunerar os artistas pelo uso das letras.

Qual é a estratégia de mercado da Fender?

Mais do que uma busca por retomar sua relevância, a gigante dos instrumentos musicais está apostando numa nova forma de se rentabilizar.

Ao distribuir seus produtos pelo varejo e e-commerce, exige-se uma atenção redobrada ao volume de produção, gestão de estoque e até o relacionamento com o cliente é mais distante. Esta, por sinal, foi uma constatação feita por Fernando Teixeira, Diretor de Soluções & Estratégia LATAM da Adobe, ao falar sobre as mudanças no modelo de vendas na empresa de softwares no Superlógica Xperience 2019.

A criação do aplicativo traz um novo tipo de receita à Fender, que no mercado da recorrência é medida pelo MRR (Monthly Recurring Revenue, ou Receita Recorrente Mensal). No entanto, não altera o pilar do seu negócio, que é a fabricação de instrumentos.

Outro elemento a ser observado é a utilização de machine learning em conjunto a serviços de streaming amplamente utilizados. De acordo com Kaplan, a ideia é expandir para outros sistemas operacionais e agregar mais serviços.

Tal estratégia garante acesso a um alto número de potenciais clientes nessas plataformas. O Apple Music, em junho de 2019, já contava com 60 milhões de assinantes, e o Spotify que deverá ser um alvo futuro já passou dos 100 milhões de usuários pagantes.

O que motivou essa mudança?

O movimento de mudança veio junto com a gestão do CEO Andy Mooney, contratado em 2015. Com passagens bem sucedidas pela Nike e Disney, o gestor imaginou que se conseguissem encorajar 10% mais iniciantes a manter o interesse nas guitarras, a indústria poderia se beneficiar exponencialmente.

Outra observação de Mooney foi sobre o impeditivo para a escala das vendas: os consumidores chegavam a gastar 4 vezes mais com o aprendizado do que com o instrumento propriamente. Junto a isso, não se estava olhando as oportunidades de um público que representava 50% das compras de guitarras, as mulheres.

Esses insights levaram à adoção de uma estratégia digital baseada nas assinaturas de um sistema de aprendizado para iniciantes, o Fender Play, que conta com mais de 110 mil usuários pagantes. A nova ferramenta, Fender Songs, é um próximo passo, visando otimizar a experiência dos usuários aprendendo suas músicas preferidas.

Esses apps ainda se juntam numa suíte com os outros, Fender Tune e Fender Tone. A ideia é que o por meio da experiência dos usuários e capacitação do público, as vendas de seus produtos originais, os instrumentos, aumentem no futuro.

Sobre a Superlógica

A Superlógica desenvolve o software de gestão líder do mercado brasileiro para empresas de serviço recorrente. Somos referência em economia da recorrência e atuamos nos mercados de SaaS e Assinaturas, Condomínios, ImobiliáriasEscolas e Cursos.

A Superlógica também realiza o Superlógica Xperience, maior evento sobre a economia da recorrência da América Latina, e o Superlógica Next, evento que apresenta tendências e inovações do mercado condominial.

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