Por que grandes empresas estão se aproximando das startups?

Por: Heitor Facini3 Minutos de leituraEm 23/01/2019Atualizado em 27/11/2019

Existe um movimento no mercado que está levando empresas consolidadas a se relacionar com startups. Por exemplo, nos Estados Unidos, o Corporate Venture Capital (capital corporativo de risco, modalidade em que os fundos são formados por grandes empresas) já corresponde a 45% dos investimentos em startups em 2018, de acordo com dados apresentados por Marcus Anselmo em sua palestra no Superlógica Xperience 2018.

Empresas do porte de Itaú, Bradesco, Raízen, Votorantim, Samsung, Intel, Wayra, IBM e Google estão seguindo essa tendência. Mas qual o motivo? Os dois lados saem ganhando.



“Antes, para se ter um diferencial competitivo no mercado, você deveria ter acesso a informação privilegiada ou ativos melhores que seus concorrentes. Hoje, com o maior acesso à informação por conta da internet, isso acaba caindo por terra. O que as empresas buscam é agilidade e formas de crescimento mais rápido, por isso se aproximam das startups. Já no caminho oposto, as grandes podem oferecer seus recursos para as startups alcançar mais clientes”.

Como a Softplan se aproximou das startups com o Construtech?

Marcus é Chief Ventures and Innovation Officer na Softplan. Hoje, a empresa tem 1500 funcionários e um faturamento anual de R$ 300 milhões. Para continuar inovando, eles criaram o Construtech, uma “mistura de fundo de investimentos, incubadora e aceleradora”, como ele mesmo define.

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A Softplan mapeou mais de 1500 empresas de tecnologia no ramo da construção civil, fecharam 55 projetos e fizeram 10 negócios em conjunto com elas, tudo seguindo o conceito do “Open Innovation”. Marcus define como o momento que a inovação sai de dentro das empresas e passa a ser compartilhada no mercado.

“A nossa ideia é expandir e conseguir disseminar a inovação com os outros players, conseguindo ideias que não teríamos apenas com nossas competências”. Assim, a Softplan entra em contato com os projetos mais disruptivas do mercado,se aproximam dos processos mais inovadores e constroem novos produtos para seu portfólio.

Quais são as 4 maneiras de startups e grandes empresas fazerem negócios?

Marcus ressaltou que existem 4 maneiras de startups e grandes empresas se relacionarem. São elas:

  • Comercialização de produtos/serviços: quando uma grande empresa assina um serviço de uma menor. “Se você é B2B, isso inevitavelmente vai acontecer”. O ciclo da venda, por definição, vai ser mais longo e é necessário que a startup tenha um dinheiro em caixa para garantir que ela sobreviva ao longo desse processo. O interessante é encontrar Early Adopters, aqueles que veem potencial no seu serviço e estão dispostos a utilizá-lo enquanto ainda não está 100% pronto. Esse tipo de cliente vai servir para indicá-lo e utilizar todas as suas novidades;
  • Parcerias: a startup pode oferecer um complemento ao produto da gigante, desenvolver um negócio em conjunto ou utilizar os clientes para distribuição. A grande empresa ganha com a veia inovadora da startup e o tempo que ela tem para investir naquele projeto;
  • Investimentos: são os chamados de Corporate Venture Capitals (ou capital corporativo de risco). “Diferente dos fundos tradicionais que buscam puramente o retorno financeiro, esses fundos vão focar nas estratégias, compreensão do mercado e no sucesso do cliente”. Ou seja, nesse caso não se busca o capital puro e simples e sim uma espécie de “mentoria” do grande;
  • Venda da empresa: nesse caso, ambos os lados precisam entender muito bem o que está incluso no negócio. É toda a empresa que está sendo vendida? É a carteira de clientes? Os empreendedores participarão da transição? Todas essas perguntas devem ter respostas bem claras para não ocorrer problemas de interpretação.

“Quando divulgam que uma empresa foi comprada por outra por alguns milhões, esquecem de colocar as condições. Normalmente, é parcelado, condicionado a resultados e metas. Tenho amigos que acabaram se arrependendo das condições naquele momento”.

Marcus apresentou a palestra “Dançando com gorilas: O que você precisa saber para vender, fazer parceria e receber investimento de grandes empresas” no Superlógica Xperience 2018. Você pode conferí-la na íntegra no vídeo abaixo.



Sobre a Superlógica

A Superlógica desenvolve o software de gestão (ERP) líder do mercado brasileiro para empresas de serviço recorrente. Somos referência em economia da recorrência e atuamos nos mercados de SaaS e Assinaturas, Condomínios, Imobiliárias e Educação.

A Superlógica também realiza o Superlógica Xperience, maior evento sobre a economia da recorrência da América Latina, e o Superlógica Next, evento que apresenta tendências e inovações do mercado condominial.

 

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