Apple News vai sair: finalmente teremos o Netflix das notícias?

Por: Heitor Facini3 Minutos de leituraEm 22/02/2019Atualizado em 27/11/2019

Depois de muita especulação, parece que o serviço recorrente de notícias da Apple (um “Netflix das notícias”) vai finalmente sair do papel. De acordo com o portal BuzzFeed News, o lançamento do Apple News (nome que vem recebendo até o momento) está planejado para o dia 25 de março de 2019, em evento que acontece anualmente onde são apresentadas as novidades para o futuro.

Neste ano, o grande objetivo será falar sobre serviços por assinatura que a empresa planeja implementar daqui para frente. Ao lado do Apple News, existe a expectativa de lançamento do serviço de streaming de vídeo (concorrente da Netflix e Amazon Prime), que ainda não foi confirmado.



Como funcionará o Apple News?

O serviço que a Apple propõe, a princípio, segue a mesma lógica da Netflix para o consumidor. Eles utilizam o modelo de negócio do “consuma o tanto que conseguir”.

No caso da Netflix, são produções audiovisuais licenciadas dos mais variados estúdios e canais de TV, além daquelas distribuídas e produzidas unicamente pela própria empresa.

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No Apple News, por uma assinatura de US$ 10, estariam disponíveis notícias, artigos e reportagens dos mais variados meios de comunicação. Seria como você assinar vários jornais em um só  e, inicialmente, a Apple não tem intenção de produzir o próprio conteúdo, apenas distribuir.

A diferença entre os dois está na relação com os produtores. A Netflix, quando realiza licenciamento, produção ou distribuição de conteúdo faz um contrato fechado com uma duração pré-estabelecida (podendo ou não haver uma remuneração proporcional a visualização). No serviço da Apple, o modelo seria parecido com o do Spotify. Os veículos de imprensa teriam direito a 50% da receita por assinaturas (distribuídos conforme o acesso às reportagens nas plataformas) e a empresa reteria os outros 50%.

O que a Apple pretende com o serviço?

O objetivo da empresa é encontrar novas formas de receita, já que as vendas do iPhone vem despencando nos últimos meses. No último trimestre (período que engloba a black friday e o Natal) de 2018, a Apple faturou US$ 51,98 bilhões, uma queda de 15% em relação a 2017.

A queda do desempenho nas vendas acabou influenciando no valor de mercado da empresa. Em agosto de 2018, ele tinha chegado a US$ 1 trilhão e caiu para US$ 674 bilhões em janeiro de 2019, com uma perda de mais de US$ 300 milhões. Em fevereiro, ele subiu novamente para US$ 810 bilhões.

O que o mercado de jornalismo está achando dessa ideia do Netflix das notícias?

De acordo com o Wall Street Journal, o mercado de jornalismo não está vendo com bons olhos essa ideia. Uma das coisas que vem mais incomodando é a distribuição da receita proveniente das assinaturas. Eles acreditam que a Apple vai ficar com uma parcela muito grande desse valor e consideram injusto.

Outro problema é que os veículos, provavelmente, não terão acesso ao cadastro dos assinantes do serviço. Essa informação é muito importante para que eles criem a base de dados própria para poder negociar e vender outros produtos que compõem a renda dos grandes veículos.

Junta-se a isso o fato que os grandes veículos notícias não tem tido um grande relacionamento com as grandes empresas de tecnologia recentemente. Em 2018, o Facebook, uma das principais fontes de tráfego dessas publicações, fez alterações no seu feed de notícias reduzindo o alcance do conteúdo de páginas.

Como será a adesão dos grandes veículos a essa nova plataforma?

Grandes conglomerados de mídia já vem tendo uma resposta positiva quanto a receita proveniente de meios digitais. Em 2018, o New York Times (que tem assinaturas a partir de US$ 15) conseguiu atingir uma receita de US$ 709 milhões proveniente de assinaturas digital. É um valor bem próximo da meta para 2020, que seria de US$ 800 milhões.

O serviço da Apple pode ser um grande concorrente, por oferecer uma maior gama de conteúdo a um valor reduzido. Mas, da mesma forma, pode ser uma grande oportunidade para ser um canal de captar receitas, já que existem 360 milhões de assinantes dos serviços da empresa ao redor do mundo.

Por isso existe um impasse. Os grandes veículos vão ter que decidir se vão alcançar um número maior de potenciais assinantes e, assim, perder o controle sobre as informações deles ou se vão preferir ter esse controle total e ter que aumentar o seu número de clientes por conta própria.

Sobre a Superlógica

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