Os desafios para implementar a coleta seletiva nos condomínios

Por: Felipe Haguehara2 Minutos de leituraEm 10/06/2022Atualizado em 10/06/2022

Muitos condomínios brasileiros contam com a presença da coleta seletiva, mas nem todos conseguem a adesão massiva dos moradores. E isso só reforça a importância dos síndicos e das administradoras incentivarem a conscientização sobre reciclagem. “Sempre coloco avisos no WhatsApp com mensagens sobre o meio ambiente. Passo nos pontos de descartes dentro e fora do condomínio para ver se estão fazendo da forma correta e, quando não, coloco recados informativos de como não repetir”, afirma a síndica Renée Tavares. 

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Acertar na implementação da coleta seletiva inclui planejar etapas e garantir que o processo esteja bem explicado. Já que não é incomum, por exemplo, os condôminos misturarem os lixos. “É uma dificuldade conscientizá-los na hora de fazer a separação. Muitas vezes tem lixo orgânico junto”, afirma a síndica Katarina Leme. “O maior desafio é fazer terceirizados, como empregadas e diaristas, entenderem o sistema de descarte. A maioria faz da forma incorreta”, ressalta Renée.

Tais desafios podem ser superados com um planejamento adequado e a divulgação dos benefícios da reciclagem. Além da clara vantagem para o meio ambiente, é possível conseguir até mesmo uma nova fonte de renda. Ao separar os tipos de lixos, o condomínio pode vender os materiais recicláveis e utilizar a verba extra para promover melhorias, incrementar o fundo de reserva e fazer ações comemorativas.

Uma dica que pode tornar o processo ainda mais viável é conseguir parcerias com fornecedores, para reaproveitar os resíduos, e contatar catadores próximos para incentivar a inclusão social. Outra iniciativa que pode ser feita nos condomínios é reciclar o lixo orgânico. “É possível ter compostagens e conseguir adubos para a horta e as demais plantas dos jardins”, afirma Maria Lúcia Mendonça, diretora de relacionamento com o cliente da AVERD Gestão Patrimonial.

Implementação da coleta seletiva

Dar início ao processo de coleta exige desde a aprovação na assembleia e o engajamento dos moradores até a organização dos pontos de descarte. Veja abaixo o passo a passo:

  1. Determinar se o armazenamento dos materiais será feito com bags ou compartimentos de ferro.
  2. Aprovar em assembleia e iniciar a conscientização sobre a importância da reciclagem.
  3. Preparar pontos de descarte com cores e ícones dos diferentes tipos de resíduos.
  4. Instruir condôminos, funcionários e terceirizados sobre as práticas adotadas.
  5. Fazer triagens nos pontos escolhidos para conferir se o descarte está correto. 
  6. Promover atividades com os moradores para reforçar a importância da coleta.

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O panorama da reciclagem no Brasil

A Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) fez um levantamento sobre reciclagem, com dados do ano de 2020, e mostrou que 74,4% dos municípios têm iniciativas de coleta seletiva. O sul e o sudeste são as regiões com maior expressão, alcançando a marca de 91,2% e 90,6%, respectivamente.

As regiões do centro-oeste, norte e nordeste ainda são menos engajadas, mas apresentaram crescimento de 2019 para 2020. Confira abaixo a evolução da coleta no país:

Fonte: Abrelpe

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