“Para transformar a mobilidade urbana, o componente humano é o principal fator”

Por: Felipe Haguehara3 Minutos de leituraEm 12/08/2019Atualizado em 27/11/2019

No campo das inovações para a mobilidade urbana, os olhos dos especialistas em tecnologias estão voltados, principalmente, aos carros autônomos. De acordo com um estudo da IHS Markit, a expectativa é de que até 2035 existam cerca de 54 milhões de automóveis sem motoristas humanos nas ruas, em todo o mundo. “Dentro do contexto de mobilidade, nós temos diversas oportunidades de inovação”, comenta Douglas Tokuno, head LATAM da Waze Carpool.

Este seria um dos últimos passos do que a Intel chama de passengers economy, ou economia de passageiros. O conceito foca na transformação da mobilidade numa commodity, criando assim novos serviços para melhorar e monetizar a experiências de passageiros num futuro sem motoristas.

A própria fabricante de microchips estima que mais de meio milhão de vidas podem ser salvas por veículos autônomos entre 2035 e 2045.

No entanto, não bastam apenas os esforços absolutos na criação de tecnologias, será necessário promover uma mudança de hábitos. Para Douglas “o elemento principal da transformação que se busca promover é o componente humano”.

Durante o Superlógica Xperience 2019, Tokuno concedeu uma entrevista a Superlógica falando sobre o potencial das tecnologias para melhorar a mobilidade no futuro, as dificuldades de educar o público e os empreendedores, a necessidade de adotar a mobilidade nas estratégias de negócio e a importância de aprender com outros mercados. 

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Combatendo o trânsito compartilhando assentos vazios com o Waze Carpool

A Waze nasceu da proposta de usar a comunidade nos centros urbanos para superar os engarrafamentos, porém, o desafio agora é outro. “Acreditamos que precisamos nos unir para combater o trânsito tomando uma ação: compartilhar assentos vazios”, explica Tokuno.

Os motoristas dos grandes centros urbanos tendem a transitar pelas cidades sozinhos. A taxa de ocupação por carro em São Paulo é de 1.4.

Essa realidade pode ser mudada, mas são necessários incentivos e educação. “No Carpool, especificamente, o nosso maior desafio é a primeira carona, pela relutância em fazer caronas com estranhos. Mas, depois da primeira, a pessoa entende que a carona é sempre com alguém com um destino semelhante”.

Entretanto, a penetração das corridas compartilhadas, e principalmente das caronas, está aumentando. O número de corridas solicitadas pelo Waze Carpool cresceu 26% globalmente entre janeiro e fevereiro.

No Brasil, o crescimento do app é ainda mais notável. Nos primeiros seis meses de 2019, o volume de solicitações aumentou em 360%. Também, já são mostrados efeitos práticos no bolso dos motoristas, com relatos de que são economizados cerca de 350 reais ao mês, em gastos com gasolina, ao oferecer caronas.


Os benefícios da mobilidade compartilhada

Além de perder o medo de compartilhar corridas com estranhos, as pessoas perdem diversos outros estigmas sobre a carona. “Elas começam a ver até oportunidades de networking”.

Outro benefício atribuído à alternativa é a melhora na segurança, com os motoristas prestando menos atenção aos seus celulares.

O uso dos dispositivos móveis, hoje, é a terceira maior causa de mortes no trânsito, com 150 vítimas por dia. Este mau hábito é o responsável por 1,3 milhão de acidentes por ano. De acordo com o Departamento Nacional de Trânsito, o risco de acidentes aumenta em 400% para quem usa o celular enquanto dirige.

Os desafios de educar o mercado

Para Douglas Tokuno, os empreendedores possuem muitas possibilidades e plataformas para aprender cada vez mais. Ele também exalta que é importante “estudar coisas fora do mercado para eventualmente aplicar dentro do próprio negócio”.

“É importante trabalhar com os diversos agentes para que essa inovação aconteça”, complementa.

Um dos ativos mais importantes na vida das pessoas é o tempo, o qual, certamente, não gostariam de gastar num engarrafamento. Por isso, trabalhar para que o trânsito de pessoas seja o mais fluída possível, também significa otimizar algo crucial e inteligível.

“Os empreendedores precisam entender a mobilidade, de um modo geral, como algo que impacta diretamente na aquisição e retenção de talentos”, ressalta Tokuno.

As startups, por sinal, já há um tempo estão tornando suas atenções a esse segmento. Vemos desde aplicativos de corridas particulares às bicicletas e patinetes compartilhadas, apostando na micromobilidade, além os apps de caronas.

Enfim, ao observar o compartilhamento de conhecimentos, durante o Superlógica Xperience, o head LATAM da Waze Carpool explicitou a necessidade deste tipo de comportamento.

“Eu acredito muito em diversidade de opiniões de ideias, entre mercados, para que tudo contribua com o empreendedor ter novas ideias”. Ele ainda complementa sobre a necessidade de “explorar novas ideias que funcionaram em determinado mercado para aplicar no seu próprio.

Sobre a Superlógica

A Superlógica desenvolve o software de gestão líder do mercado brasileiro para empresas de serviço recorrente. Somos referência em economia da recorrência e atuamos nos mercados de SaaS e Assinaturas, Condomínios, Imobiliárias e Educação

A Superlógica também realiza o Superlógica Xperience, maior evento sobre a economia da recorrência da América Latina, e o Superlógica Next, evento que apresenta tendências e inovações do mercado condominial.

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