Youtube aposta na economia da recorrência para remunerar criadores de conteúdo
O Youtube anunciou na edição de 2018 da VidCon, convenção anual de vídeos online que aconteceu na Califórnia (Estados Unidos), entre os dias 20 e 23 de junho, que está entrando de cabeça na economia da recorrência. De acordo com o Neal Mohan, Chief Product Officer, a plataforma permitirá que os criadores de conteúdo possam cobrar mensalidades dos seus inscritos, além de oferecer mais oportunidades de merchandising.
“Nós estamos trabalhando para que os produtores de conteúdo tenham ferramentas que possam engajar mais com os fãs e também fazer dinheiro com isso”, declarou Neal Mohan, em publicação no blog oficial do Youtube. “Conseguimos um bom resultado com nossos parceiros, mas precisamos pensar além dos anúncios. Criadores têm de achar o maior número de formas possíveis de conseguirem fazer o máximo de dinheiro possível”.
Por que o Youtube está apostando na economia da recorrência?
Segundo o que falou Mohan, é uma tentativa de agradar os criadores de conteúdo e “fazer as pazes” com eles. A plataforma foi alvo de crítica por parte dos youtubers por conta de redução de alcance, engajamento com o público e monetização.
Além disso, é uma resposta ao investimento que o Facebook vem fazendo na produção de conteúdo. Através do Instagram, eles lançaram o IGTV, serviço de streaming de conteúdo da plataforma para vídeos de até 1 hora na vertical. Muitos utilizavam o Instagram como canal de compartilhamento de links do Youtube e, com o novo serviço, poderão ficar mais tempo dentro da rede social.
Por fim, o Youtube entra de vez na disputa na guerra dos serviços de streaming. Além da produção de conteúdo em larga escala como séries e grandes eventos esportivos com o Youtube Premium, ele também trará a produção de influenciadores, que são bem mais próximos de seus fãs.
Como Youtube entra de vez na economia da recorrência?
Mohan explicou como vai funcionar o sistema de mensalidades da plataforma. Em breve, canais que tiverem mais de 100 mil inscritos poderão cobrar uma assinatura de US$ 4,99 por mês (no Brasil, está sendo cobrado R$ 7,99). Em troca disso, podem oferecer benefícios como vídeos extras, live-streams e posts exclusivos na aba de comunidade.
Até o momento, essa ideia vinha sendo testada com alguns canais selecionados pela plataforma. “A gente conseguiu ver alguns produtores tendo sucesso com esse modelo de negócios”, declarou Mohan.
De acordo com ele, o comediante Mike Falzone conseguiu triplicar a sua receita desde o lançamento da plataforma de assinaturas em janeiro. O canal de viagens de Simon e Martina conseguiu produzir uma minissérie visitando mais de 30 países diferentes.
Como o Youtube vai ganhar com isso?
O Youtube vai reter 30% de toda a receita recorrente que vier das mensalidades depois das reduções necessárias com impostos. Ou seja, a cada US$ 5,00, o Youtube retém US$ 1,50. A cada R$ 8,00, Youtube retém R$ 2,00.
O Youtube vai bancar todas os custos relacionados às transações, incluindo taxas relacionadas ao pagamento recorrente via cartão de crédito.
Qual outra forma o Youtube tem para remunerar os criadores de conteúdo?
Além das mensalidades, o Youtube desenvolveu uma maneira de os criadores de conteúdo venderem itens promocionais diretamente para seus inscritos. Através de uma parceria com o Teespring são oferecidos mais de 20 itens customizáveis prontos para venda.
Segundo o blog, Joshua Slice, criador do “Lucas the Spider”, conseguiu vender mais de 60 mil unidades de uma pelúcia da aranha que é estrela do canal em menos de 18 dias gerando uma receita de US$ 1 milhão. Essa funcionalidade estará disponível para canais com mais de 10 mil inscritos.
Sobre a Superlógica
A Superlógica desenvolve o software de gestão (ERP) líder do mercado brasileiro para empresas de serviço recorrente. Somos referência em economia da recorrência e atuamos em cinco segmentos de mercado: SaaS e Assinaturas, Condomínios, Imobiliárias, Educação e Empresas de Comunicação Visual.
Anualmente, a Superlógica também realiza o Superlógica Xperience, maior evento sobre a economia da recorrência da América Latina, e o Superlógica Next, evento itinerante falando sobre a transformação digital e os desafios do mercado de condomínios.