Open Banking – primeira fase: Um TripAdvisor financeiro

Por: Grupo Superlógica3 Minutos de leituraEm 19/06/2020Atualizado em 19/06/2020

Por Danilo Camargo, Product Manager e Especialista em Open Banking no PJBank

Com a regulamentação do Open Banking, tenho uma grande certeza que, entre o fim do segundo semestre de 2020 e ao longo de todo o ano de 2021, novos produtos e serviços financeiros serão criados para nós clientes de bancos e fintechs, considerando tanto para pessoa física quanto jurídica.

Consequentemente, o mercado fintech em nosso país estará ainda mais aquecido com esse marco regulatório, novas startups também serão lançadas para preencher esse espaço de novas oportunidades que foram anunciadas na circular 4.015 em 04 de maio de 2020.

Olhando para as fases de implantação do processo regulatório do Banco Central, podemos observar que a primeira delas contemplará apenas a obrigação dos principais bancos (do Sistema S1 e S2) fornecerem informações, como canais de atendimento, produtos, serviços, conta, depósitos, pagamentos, poupança e operação de crédito.



Por que não começar pela fase dois?

Muitas vezes me fiz essa pergunta. Iniciando com a fase dois (observar imagem acima) poderíamos rapidamente ter o benefício de compartilhamento das informações de cadastro, potencializando o ingresso de clientes em novas instituições pelo simples fato de já estarem autorizados em instituições anteriores. Também, com compartilhamento das informações de transações dos clientes, aumentaria fortemente a ciência de dados para fintechs, permitindo oferecer produtos ainda melhores, na hora certa, aos próprios usuários.

Analisando melhor as fases estipuladas pelo Banco Central, hoje consegui observar que não poderia ser melhor a decisão dessas etapas. Com pouco esforço, já em novembro deste ano, teremos a padronização e compartilhamento de informações de produtos e serviços conforme mencionei anteriormente. Assim, será possível criar métodos de comparação das instituições financeiras de forma automática. Conseguiremos rapidamente em uma interface comparar diversas instituições sobre um produto específico que elas oferecem. Com isso a concorrência será mais forte do que nunca!

Comparador de serviços

Certamente, alguma vez, você já usou os aplicativos TripAdvisor, Rentcars, Kayak ou algum semelhante, você acessa o aplicativo, digita algo que está procurando e pronto!

Em um passe de mágica, a plataforma te mostra uma lista do mesmo produto ou serviço sendo ofertados por diversos fornecedores com seus respectivos valores. Basta você olhar qual é o melhor custo-benefício e pronto, é só prosseguir.

E se compararmos produtos e serviços financeiros?

O resultado imagino que será muito semelhante ao exemplo do TripAdvisor. Você acessará um aplicativo (de uma nova fintech que será criada ou até já existe), escolherá um serviço ou produto financeiro que procura e pronto!

Terá uma lista com uma série de instituições financeiras fornecendo a mesma coisa, basta escolher. Imagino que isso será feito até para coisas mais amplas, como poder comparar com detalhes os custos e benefícios para o usuário escolher em qual instituição abrirá sua conta, por exemplo.

Graças ao Open Banking poderemos de uma forma clara e padronizada conseguir ver, realmente, qual instituição pode lhe atender melhor, com base em tudo que ela pode te oferecer.

Chegando na fase dois, essa análise poderá ser ainda mais profunda. Com base em dados de cadastro e histórico financeiro do cliente em diversas instituições financeiras, esse comparador de produtos e serviços poderá levar benefícios ainda mais personalizados para o usuário final.

Concluindo, de fato podemos perceber que o Open Banking trará muitos benefícios para o usuário final do sistema financeiro desde sua primeira fase. Confesso que estou ansioso para começarmos a ver os primeiros reflexos dele em nosso país e qual case publicará o primeiro TripAdvisor do mercado financeiro.

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