Cobrança recorrente com cartão de crédito: entenda como funciona

Por: Vanessa Araujo5 Minutos de leituraEm 15/02/2018Atualizado em 10/05/2022

Cobrança recorrente com cartão de crédito é uma das modalidades de pagamento mais aceitas entre as empresas e, também, mais usadas pelos clientes. Nos negócios da recorrência, o débito acontece de maneira programada, durante um período de tempo definido e não compromete o limite do cliente.

Quem recebe um pagamento recorrente, assinatura ou mensalidade, por exemplo, precisa fazer uma boa gestão desse pagamento, que é completamente diferente do modelo transacional. Uma das grandes preocupações é lidar constantemente com as falhas ocasionadas nesse tipo de operação, que podem ser de natureza temporária ou permanente.

Entenda o que é e como funciona a cobrança recorrente com cartão de crédito e conheça dicas para melhorar a taxa de sucesso em cada transação.

O que é cobrança recorrente com cartão de crédito?

A cobrança recorrente funciona de forma simples: o cliente contrata um serviço e, durante o período de vigência daquele contrato, concorda em realizar pagamentos recorrentes. O débito recorrente pode ser feito de diversas formas, como por boleto bancário e cartão de crédito, sendo essa última uma das mais aceitas entre pessoas físicas que assinam serviços.

E não é para menos, já que as operações com cartão de crédito têm crescido ano a ano. Segundo o Banco Central, em 2016, o valor das transações no Brasil alcançou R$ 674 bilhões.

Somente no primeiro trimestre de 2017, houve um crescimento de 6% no volume movimentado em relação ao mesmo período do ano anterior, sendo que 28,2% das famílias utilizam esse meio como forma de pagamento, segundo dados apurados pela Abecs (Associação Brasileira das Empresas de Cartão de Crédito).

Qual a estrutura por trás dos pagamentos recorrentes com cartão?

Para facilitar o entendimento de toda a cadeia de cobrança com cartão de crédito, elencamos aqui todos os players envolvidos e esclarecemos os seus respectivos papéis:

Bandeiras de cartões de crédito

Trata-se das marcas licenciadas pelas instituições financeiras: Visa, Mastercard, Elo, American Express, Diners, Alelo, entre outras.

Adquirentes

O adquirente é quem processa as transações de cartão de crédito. São os responsáveis por toda a operação desde credenciar estabelecimentos ao gerenciamento das funções crédito e débito nas contas correspondentes. Recebem por transação: Cielo, GetNet,  Rede, Elavon.

Gateways de pagamento

São os provedores de serviços que reúnem os meios de pagamento em uma única interface, facilitando a integração com diversos adquirentes. Armazenam com segurança os dados do cartão, seguindo o PCI (principal padrão de segurança para meios de pagamento).

Facilitadores

Surgiram da necessidade de simplificar processos. Os facilitadores oferecem agilidade, pois disponibilizam diversos meios de pagamento, sem a necessidade de criar convênios com adquirentes, bancos ou empresas anti-fraudes. Como assumem o risco de charge-back, em contrapartida, cobram taxas elevadas.

Boa alternativa para os negócios transacionais, mas, na recorrência, os facilitadores ainda não resolvem o problema do churn involuntário, ou seja, quando existe um cancelamento sem ter sido solicitado pelo cliente – e que acontece em decorrência de algum tipo de falha no processamento do pagamento. Exemplos de facilitadores de pagamento: PayPal, Pag Seguro, Mercado Pago, Moip, entre outros.

ERP recorrente

O ERP recorrente é um sistema de gestão voltado para empresas que trabalham com assinaturas e pagamentos recorrentes. Emite a nota fiscal, faz a integração com os meios de pagamento, cuida do financeiro e se integra aos sistemas de contabilidade.

Nos negócios recorrentes são os responsáveis por faturar, acompanhar as métricas, realizar a conciliação de pagamentos, tratar migrações, controlar a inadimplência, entre outras funcionalidades.

ERP recorrente

 



Recorrência: o que é preciso para cobrar com cartão de crédito?

Para oferecer o cartão de crédito como modalidade de pagamento, uma empresa que trabalhe com negócios recorrentes precisa de:

  • Um sistema de gestão com integração direta com um adquirente
  • Gateway e um ou mais adquirentes
  • Ou um facilitador de pagamentos

Adquirente ou gateway?

A integração direta com o adquirente é possível, mas de acordo com as regras do PCI é necessário realizar uma série de procedimentos quando se trata de armazenagem de números de cartão de crédito.

A opção é se integrar diretamente a um adquirente para realizar essa operação mas, nesse caso, a empresa acaba criando vínculos difíceis de serem migrados para um outro fornecedor que trabalhe com taxas menores, por exemplo.

Nesse cenário, um gateway pode dar a mobilidade de troca de adquirente quando for mais conveniente ou, até mesmo, usar mais de um adquirente como forma de aumentar a conversão de pagamentos.

Aliás, entenda neste artigo porque você deve usar um ERP recorrente em vez de um gateway de pagamentos se trabalha com assinaturas.

Cobrança recorrente com cartão de crédito: conheça os benefícios

Para os clientes

  • O limite do cartão de crédito não é comprometido;
  • Os dados do cartão são repassados apenas no início do contrato e as cobranças subsequentes são realizadas automaticamente;
  • Não é necessário administrar diversas datas de vencimento;
  • Segurança no fornecimento dos dados do cartão.

Para as empresas

  • O volume de operações feitas com o cartão de crédito tem aumentado todos os anos;
  • Menores taxas de inadimplência;
  • Em caso de falha temporária ou permanente na transação, o software de gestão de cobrança recorrente já está preparado para retentativas automáticas;
  • Previsibilidade de receita;
  • Para os negócios com ticket médio baixo, a opção de pagamento com cartão deve ser prioritária ou até mesmo a única opção.

Quais são empresas que podem utilizar a cobrança recorrente com cartão de crédito?

Qualquer negócio que ofereça um produto ou serviço em troca de pagamentos recorrentes como assinaturas, mensalidades ou contratos pode oferecer o cartão de crédito como opção aos seus clientes. De academias de ginástica, a empresas SaaS (Software as a Service), passando por escolas e clubes de assinatura, todos podem se beneficiar em receber por meio dessa modalidade de pagamento.

Boas práticas na gestão da cobrança recorrente com cartão de crédito

As empresas que recebem por meio de mensalidades, assinaturas ou contratos precisam utilizar um sistema de gestão focado em pagamentos recorrentes.

Diferente das transações de compra e venda tradicionais, a recorrência exige que durante um determinado período sejam feitas cobranças ao cliente. O ideal é que a performance do processamento dos cartões alcance uma taxa de sucesso superior a 90%.

Um dos desafios é lidar com as falhas nas cobranças feitas nos cartões de crédito, que podem acontecer de forma temporária ou permanente. O primeiro caso acontece quando existe insuficiência de saldo ou quando existe inconsistência de dados. A falha permanente ocorre, por exemplo, quando a validade do cartão está expirada.

Para mitigar os problemas causados por ambas situações, é fundamental ter um bom sistema de gestão que assuma estratégias de retentativas adequadas para todos os casos.

Quais as medidas para reduzir o número de transações negadas no cartão de crédito?

  • Elimine o sistema anti-fraude para diminuir o churn involuntário. O risco de fraude em negócios recorrentes é baixo;
  • Trabalhe com múltiplos adquirentes para aumentar as chances de efetivar as cobranças;
  • Tenha um bom gateway para processar as retentativas em múltiplos adquirentes. Mas fique atento à forma de cobrança desse fornecedor: se por número de tentativas ou por conversões com sucesso.

Qual o papel do sistema de gestão para pagamentos recorrentes?

Para que a gestão dos pagamentos recorrentes com cartão de crédito ocorra livre de falhas, aposte em um bom sistema de gestão de assinaturas e pagamentos recorrentes que possa realizar todas as tarefas fundamentais para a cobrança recorrente e, consequentemente, garantir o sucesso do negócio:

  • Gestão de planos, assinaturas, contratos, renovações e cancelamentos;
  • Emissão de nota fiscal;
  • Conciliação de pagamentos;
  • Régua de cobrança;
  • Gestão financeira;
  • Área do cliente para atendimento self-service;
  • Relatórios para gestão financeira e controle da inadimplência;
  • Acompanhamento das métricas para a recorrência.

 



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