Como a diversidade pode inspirar pessoas e construir negócios ainda melhores?

Por: Heitor Facini4 Minutos de leituraEm 27/06/2019Atualizado em 08/09/2020

O dia 28 de junho é celebrado mundialmente como o Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+. A data foi escolhida por conta de um levante de frequentadores de um bar em Nova York (EUA), no dia 28 de junho de 1969. Eles protestaram contra a perseguição policial, que realizava diversas batidas no estabelecimento, apenas por fazerem parte do grupo LGBTQIA+. Isso resultou na primeira parada do orgulho LGBTQIA+, em 1970, na mesma Nova York e, ao longo do tempo, diversas paradas surgiram no mundo. Essa é uma data que tem como intuito enaltecer a minoria social e lutar por igualdade nos mais diversos campos da sociedade. Porém, quando se fala em diversidade nas empresas, ainda existem muitos problemas quanto a inclusão dos LGBTQIA+.  

De acordo com a pesquisa do Center for Talent Innovation, 61% dos funcionários identificados como pertencentes do grupo LGBTQIA+ escondem a orientação sexual e identidade de gênero de chefes e companheiros de trabalho. Outros dizem que não escondem, mas não se expõem e alteram o próprio comportamento para se integrar na sociedade. E não é por menos, visto que 33% das empresas não contratariam LGBTQIA+ para cargos de chefia, segundo dados da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexos (ABGLT)

“Eles já são 9% da população e, mesmo assim, sofrem discriminação no mercado de trabalho!”, comentou Laís Ribeiro, sócia administradora da Lide Futuro, no Superlógica Xperience 2019. “Além de sofrer na sociedade diariamente, as empresas acabam discriminando por conta da orientação sexual ou identidade de gênero”. 

Laís apresentou no Superlógica Xperience 2019 a palestra “Como a diversidade pode inspirar pessoas e construir negócios ainda melhores”. Abaixo, você pode conferir uma matéria sobre o conteúdo.

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Minorias sofrem no mercado de trabalho

A discriminação não acontece apenas com grupos referentes à orientação sexual e identidade de gênero. Todas as minorias sofrem com isso. “As empresas são obrigadas por lei a contratar PCDs (pessoas com deficiência), mas os selecionam para ficar na recepção. Vocês estão dispostos a ouvir o que eles têm para contribuir com a sua empresa?”, questionou Laís. 

Outro dado que ainda mostra um sério problema de diversidade é que menos de 5% dos cargos de liderança são ocupados por negros. “Quando a gente passa para a base da pirâmide, esse número se torna maioria. Aliás, com essa crise que tivemos, o desemprego foi quase o dobro para a população negra”.



Falando em discriminação de gênero, essa é uma análise feita pela pesquisa da Catho (2018):

  • Entre os com fundamental incompleto, as mulheres recebem 21,22% a menos de salário;
  • Entre os com fundamental completo, as mulheres recebem 40,77% a menos de salário;
  • Entre os com formação superior, as mulheres recebem 43,53% a menos de salário;
  • Entre os com pós-graduação ou especialização, as mulheres recebem 35,04% a menos de salário;
  • Entre os com MBA, as mulheres recebem 42,49% a menos de salário.

Além disso, de acordo com pesquisa do IBGE, em 2016, apenas 37,8% dos cargos gerenciais no Brasil eram ocupados por mulheres. “Eu fui uma vez em uma empresa que o CEO foi todo feliz contando que 90% da empresa era composta por mulheres. Mas quando chegava nos cargos de chefia, mais da metade era homem. Como a situação muda assim?”, lembrou.

Diversidade nas empresas ajuda muito o seu negócio a decolar

Segundo Laís, apostar na diversidade dentro das empresas incentiva a produtividade e inovação. “As pessoas querem ter segurança psicológica!”, explicou. “Os funcionários tendem a ser bem mais criativos quando sabem que não serão julgados por suas características, quando não vão falar que eles erraram por serem gays, mulheres ou negros”.

Assim, quanto mais pessoas disponíveis para ajudar a pensar em estratégias para o negócio escalar, maior a chance de encontrar oportunidades que ninguém está vendo. “Por exemplo, um dado que me chama a atenção é que países desenvolvidos desperdiçam 12 trilhões de dólares pelo fato de grande parcelas das mulheres não chegarem ao mercado de trabalho”, explica. “Quanto sua empresa perdeu de dinheiro por não incluir mulheres?”

Entretanto, diversidade não basta. É necessário inclusão!

Não basta apenas contratar minorias por contratar, tem de saber como incluir o funcionário dentro da sua empresa. “No momento que você contrata uma pessoa com deficiência, você preparou a estrutura da sua empresa para recebê-lo, com salas acessíveis? Sua empresa está preparada para sair com o seu funcionário negro para almoçar e ele ser confundido com garçom? Como vai lidar nessa situação?”, questionou.

É necessário que a empresa tenha disposição, invista tempo e dinheiro para algo que trará um retorno a longo prazo e não em um período curto. “A sua empresa tem que entender, conversar e ter empatia para saber como a minoria quer ser tratada e se sente. Eu não sei como um trans negro pensa, mas posso conversar com ele e entender isso para oferecer a melhor experiência possível para ele me ajudar a crescer”. 

Empresas que apostam na diversidade crescem mais. De acordo com estudo da McKinsey and Co., companhias com times mais variados de executivos crescem mais. Se apostam na diversidade de gênero, a empresa tem 21% mais de chance de apresentar um resultado melhor que a média do mercado. Se apostam em diversidade cultural e ética, esse número sobe para 33%.

“Acredito que a função de um CEO de uma empresa é ajudar a reduzir esse gargalo que temos na sociedade. Eu, como líder, sempre tenho que me perguntar ‘como posso ajudar nesse processo? Como posso melhorar o futuro?’. Assim, teremos uma sociedade melhor”, conclui Laís. 

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