Electronic Arts quer utilizar o modelo Netflix para potencializar as receitas com jogos

Por: Heitor Facini3 Minutos de leituraEm 17/09/2018Atualizado em 30/10/2020

A Netflix é a empresa recorrente de distribuição de conteúdo com maior sucesso no mercado. Não é por menos: a empresa chegou esse ano ao valor de mais de US$ 150 bilhões (“apenas” US$ 500 milhões abaixo da Disney, maior empresa de entretenimento do mundo) em maio deste ano, com US$ 11,9 bilhões de receita em 2017. A receita no primeiro quarto de 2018 também superou as expectativas, chegando a US$ 3,7 bilhões contra US$ 2,69 no ano passado.  

A Netflix se tornou referência quando se fala em Economia da Recorrência. E parece ter sido a inspiração para a criação da nova estratégia da Electronic Arts para maximizar suas receitas e reformular seu serviço de jogos por assinaturas, conforme foi anunciado na última edição da E3.

Nova call to action

Como funciona o serviço recorrente da EA que já existe?

A Electronic Arts já oferece um serviço recorrente para acesso aos seus jogos, o Origin Acess. Hoje, mediante a um pagamento de US$ 5 mensal, o usuário tem acesso a uma biblioteca de jogos antigos – denominada Vault.

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Além disso, o serviço dá acesso a trials de novos grandes lançamentos da produtora. Jogos como os simuladores esportivos FIFA e Madden podem ser jogados como testes por 10 horas. Após esse período se esgotar, o usuário teria um desconto exclusivo para continuar utilizando o jogo.

Ou seja, o Origin mesclava três modelos de negócios recorrentes:

  1. Uma grande biblioteca
  2. Ter acesso mais rápido aos conteúdos
  3. Clube privado com algumas vantagens.

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O que a Electronic Arts fez? Potencializou esse serviço e adotou o modelo Netflix de acesso irrestrito e eterno ao conteúdo. É uma espécie de “Game as a Service”, um paralelo ao modelo Software as a Service – SaaS).

O que muda com o novo serviço?

Nesse novo serviço, a EA não colocará mais barreiras. No denominado Origin Access Premium, o usuário terá acesso a todos lançamentos da produtora com 5 dias de antecedência. Neste modelo, o cliente pode consumir o quanto que quiser, a hora que quiser.

Isso fica um pouco mais caro que o modelo anterior. Segundo informado pela empresa, o preço das assinaturas vai subir de US$ 5 para US$ 15 mensais ou US$ 100 anuais. Durante todo o período que estiver como assinante, o usuário terá acesso integral a todos os jogos lançados pela empresa.

A princípio, mesmo com o aumento no valor da assinatura, o serviço compensará bastante. Lançamentos da produtora como FIFA 19 e Battlefield costumam custar em média US$ 60 cada. Se fosse comprar os dois todos os anos, o valor já ultrapassaria o total do plano anual. Ou seja, você tem acesso irrestrito a esses dois jogos e ainda economiza US$ 20.

O que a EA quer com isso?

O objetivo principal da EA ao expandir o seu modelo de serviço, emulando um pouco o que a Adobe fez extinguindo a mídia física, é potencializar as suas receitas. A empresa espera crescer a sua receita para US$ 5,6 bilhões em 2019, um crescimento de 9%. Desses, aproximadamente 80% viriam de vendas digitais e 20% apenas de mídia física.

Inicialmente, a proposta vai servir apenas para os jogos de PC (personal computer) e não vai se expandir aos consoles como Playstation 4, Xbox One e Nintendo Switch.

Sobre a Superlógica

A Superlógica desenvolve o software de gestão (ERP) líder do mercado brasileiro para empresas de serviço recorrente. Somos referência em economia da recorrência e atuamos em cinco segmentos de mercado: SaaS e Assinaturas, Condomínios, Imobiliárias, Educação e Empresas de Comunicação Visual.

A Superlógica também realiza o Superlógica Xperience, maior evento sobre a economia da recorrência da América Latina, e o Superlógica Next, evento itinerante falando sobre a transformação digital e os desafios do mercado de condomínios.



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