Talks #42 – Mateus Magno, CEO da Sambatech
Mateus Magno, CEO da Sambatech, plataforma de processamento, hospedagem, distribuição e transmissão de vídeos online, é o convidado da semana do Superlógica Talks. A empresa é líder e referência do setor na América Latina, tendo ajudado grandes clientes a fazer a transformação digital e inovar.
Magno contou todo o processo de mudança da Sambatech e contou o quão importante foi ter visão e coragem para encarar esse desafio. Na conversa, o empreendedor também falou sobre gestão de pessoas, os pilares da Sambatech e compartilhou muito conhecimento e experiência com os apresentadores André Baldini e Bruna Bessi. Confira um trecho no qual ele fala de como alinhar os propósitos das pessoas com os da empresa:
André Baldini: Um ponto que me chamou muito a atenção quando você fez a explanação de quando chegou na Sambatech, foi que você perguntou pessoa a pessoa qual era o sonho dela de curto, médio e longo prazo.
Outro dia, um cara muito mais capaz do que eu, me trouxe um ponto que me chamou a atenção, tremendamente me falou “Todo vendedor tem um número. Você precisa descobrir o número do teu vendedor”. E quando você combina sonhos com as pessoas que estão junto contigo, você amplia o horizonte de uma forma muito crucial.
Mateus Magno: Como você tem o propósito para a pessoa? Na verdade, tem que entrar no propósito dela, não dar. Tem pessoas para quem você vai apresentar caminhos, mas tem que se conectar com o caminho delas. Isso é muito interessante e eu gosto, de verdade, de saber o sonho das pessoas. Eu já tive oportunidade de ver muitas pessoas antecipando os sonhos delas. Uma delas queria comprar a casa e comprou. Um queria viajar com a esposa para estudar na Europa, e quando viajou ficava mandando foto. Isso tem a ver com o que a pessoa sente. A pessoa vai ter a lembrança daquela empresa, daquele desafio, com base também naquilo que ela viveu.
Recentemente, a gente contratou duas pessoas da área de vendas. Eu estava perguntando sobre os sonhos e uma delas falou: “Eu quero levar minha mãe para viajar, ela só trabalha em casa há muitos anos”, e contou a história da mãe. Eu perguntei: “Para onde você quer levar sua mãe?”. “Queria levar minha mãe para Paris”. “Quanto custa ir para Paris com sua mãe? Vamos fazer uma simulação dessa viagem”. Custava R$ 30.000, fizemos todas as contas e vimos o valor. Eu disse a ela: “Então, você tem que vender quatro negócios de certo porte. Você vai ter que falar com 40 clientes por mês. Sua taxa de conversão foi de 10%, então são 40 clientes por mês. É como se você falasse com dez clientes por semana. Você acha que falar com dois clientes por dia te aproxima do plano?”. Ela não sabia que era tão pouco assim. Virou um foguete. Ela fica mandando lista, etc. E aí, ontem, um dia que eu estava fazendo aprovação de pagamento, eu vi o comissionamento dessa pessoa e falei: “Então sua mãe vai para Paris”. E ela ficou super emocionada, porque não achava que era possível.
Às vezes, a gente, que está empreendendo, que está liderando o time, nosso papel é de trazer aquilo como algo palpável para as pessoas. E aí é natural. Quem não quer trabalhar com pessoas comprometidas, engajadas? Todas as pessoas têm ou querem alguma coisa. Algumas têm um número, como um vendedor, mas tem pessoas que querem outras coisas, e, às vezes, essas coisas nem custam dinheiro. Tem gente que queria passar o aniversário com a minha família, ou seja, um dayoff. Me custa tão pouco e é tanto para você, então tá combinado.
Então acho que tem coisas que são muito importantes para ir destravando resultados, de parte técnica e estratégica. Mas não vale nada fazer isso se não tiver gente engajada.
André Baldini: Isso me chamou muito a atenção, porque todo mundo vai no óbvio. Corta aqui, aumenta ali, investe em marketing… Mas, às vezes, não se conecta com as pessoas, com o sonho das pessoas. Isso é poderoso. Os sonhos são poderosos.