Talks SíndicoLab #03 – Planejamento orçamentário

Por: Heloísa Santos3 Minutos de leituraEm 28/09/2022Atualizado em 30/09/2022

O terceiro episódio do podcast Superlógica Talks em parceria com SíndicoLab foi todo dedicado ao planejamento orçamentário nos condomínios. Para abordar as dores que cercam essa delicada tarefa, os apresentadores Marcelo Okuma, diretor executivo da Superlógica, e Márcio Rachkorsky, advogado especialista em mercado condominial, receberam Rogerio Robotton, diretor de relacionamento da administradora Robotton, e o síndico profissional Stefan Jacob.

No programa, os participantes analisaram os desafios envolvidos na previsão orçamentária do condomínio, um exercício minucioso que inclui a revisão de gastos do ano anterior, a identificação de oportunidades econômicas e a elaboração de um novo plano para o ano seguinte. Confira abaixo um pouco do que aconteceu na conversa do podcast:

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Marcelo Okuma: O que vocês veem de mais problemas ou erros no trabalho da previsão orçamentária? 

Rogerio Robotton: Um dos erros é quando ela é mal feita. Você já largou com ela errada e aí ela não vai se tornar viável. Eu acho que é uma questão de técnica, de preparo, de conhecimento do mercado. O ponto que eu mais noto é que ela não consegue acompanhar a realidade. É como o Stefan falou, os gestores responsáveis não fazem esse crivo com a previsão orçamentária.

Então, passa o mês. Se o síndico profissional ou condômino não senta com o conselho, com a administradora e fala, “olha, aqui a gente teve um cano estourado, tivemos que fazer uma troca da bomba da piscina, só que não estava no orçamento, então aqui a gente já teve um déficit de 6.000 reais”… Eu noto que essa questão de você ficar se policiando e avaliando a questão da previsão orçamentária normalmente é o que gera mais estresse na assembleia geral ordinária para você depois aprovar os extras. Feita essa lição de casa, o síndico consegue de forma antecipada falar “olha, em outubro vai faltar recurso”.

Eu já preciso, de forma antecipada, conversar com o conselho, preparar uma assembleia com a administradora. Mas eu acho que isso é uma questão cultural também, porque é um orçamento de casa. Se você acompanha seus números ou suas despesas, vai entender que precisa se esforçar mais. Você precisa economizar mais, né? Então, acho que isso é uma das características que o mercado ainda segue.

Márcio Rachkorsky: Gente, olha que curioso. Stefan, Rogerio. A gente está falando aqui de previsão orçamentária e a gente falou pouco de números. A gente está falando aqui muito de comportamento, de conceito, porque, no fundo, no fundo, o número é o que menos importa. No final das contas, o que importa é que as pessoas paguem conscientes e felizes, na medida do possível, e cientes de que aquilo lá é o que precisa para conservar o patrimônio.

Stefan Jacob: Eu até vou comentar um caso aqui. Eu fui síndico de um prédio de alto padrão, altíssimo padrão. A taxa condominial por unidade era 16.000 reais, cota mensal. Cheguei lá, fiz um estudo da previsão orçamentária, que foi onde eu errei feio, porque eu peguei a previsão orçamentária e pensei: “Bom, tem alguns serviços aqui que são completamente supérfluos, completamente. Não faz sentido ter esse gasto”. Cheguei feliz da vida na assembleia e falei: “Gente, vamos reduzir o condomínio de 16 para 11 mil”. Todo mundo fechou a cara. Depois de alguns segundos, um condômino levantou a mão e falou, “Quem disse que a gente quer que diminua tirando serviço?”.

Para vocês terem noção, tinha um vigilante que ficava na porta do térreo para abrir a porta para quem saía ou entrava. Só que todo mundo entrava no subsolo pela garagem, às vezes ele abria só para um funcionário ou uma visita. Muitas vezes, o vigilante ficava uma semana sem abrir a porta para ninguém. Eu lembro que eles falaram “Não, a gente faz questão e tem que ser armado”. É preciso conhecer a expectativa do cliente, saber o que ele quer.

Confira o papo completo no terceiro episódio do SíndicoLab no nosso canal no Youtube:

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