Talks #41 – Lindalia Junqueira, CEO do Hacking.Rio

Por: Heloísa Santos3 Minutos de leituraEm 05/10/2022Atualizado em 06/10/2022

Lindalia Junqueira, CEO do Hacking.Rio, um dos maiores eventos de inovação e tecnologia da América Latina, é a convidada da semana do Superlógica Talks, e nos presenteou com uma conversa muito enriquecedora.

No bate-papo com André Baldini e Bruna Bessi, Lindalia, que também é embaixadora do Global Women in Tech Brazil, falou sobre startups, gestão, inovação, colaboração e muito mais. Para você ter um gostinho da conversa, separamos um trecho em que ela fala do crescimento das startups e dos hubs de tecnologia pelo mundo:

André Baldini: Como você identifica hubs de tecnologia que têm potencial para produzir algo efetivamente transformador hoje no mundo? 

Lindalia Junqueira: Cada local depende da sua própria cultura, da sua necessidade. Israel, por exemplo, é um país que foi fundado por imigrantes e que passou por inúmeras guerras, e essa necessidade acabou fazendo [o país] investir muito dinheiro em tecnologia, em educação, ciência. Lá, eles sempre incentivam essa visão de startup. Mas é para aquele tipo de comunidade. Eles também estão buscando o mercado de fora, eu recebi vários [israelenses] aqui no Brasil para poder expandir o que eles fazem [em Israel]. 

A gente tem o Vale do Silício aqui, que é Santa Rita do Sapucaí (cidade do sul de MG), mas, agora, a gente está ouvindo falar mais sobre ecossistemas. Os países europeus, por exemplo,  criaram um ambiente para você ter residentes, ter mais equipes de tecnologia. Então, o CEO da startup está na Alemanha ou em Londres, mas as equipes estão em Portugal, onde o ambiente é mais pacífico, mais cool de viver, mais barato. 

As universidades também estão criando hubs, aceleradoras e programas como o Startup Visa, para você trazer mais pessoas para o ecossistema. Então, cada um tem seu nível de maturidade, cada um vai buscando um destaque. 

Você pode ter um hub forte de investimento e ter que atrair outras startups, ou você pode ter um pulso mais forte do governo, mas vai precisar das universidades e dos empreendedores para construir aquilo. Eu vejo que ainda tem muita estrada, que cada um está construindo seu caminho.

André Baldini: Você trouxe um número que eu achei espetacular: alcançar, em 2030, mais de 5 milhões de mulheres impactadas pelo Global Women in Tech. Quais são as ações que vocês pretendem realizar? Como é que a gente pode ajudar? 

Lindalia Junqueira: Tem países que estão focando em mentoria, em trazer mulheres (ou homens) com mais experiência do mundo inteiro. O movimento é em prol de mais meninas e mulheres na área de ciência, tecnologia, engenharia e matemática, mas todo mundo está participando da mesma causa. Tem outros lugares, por exemplo, como o Canadá, que investiram mais em educação, estão criando um hub academy.

Aqui no Brasil, tem hubs que estão sendo criados, marketplace de vagas de empresas, etc. Você trabalha na área de educação, na área de políticas públicas, na área de empregabilidade, na área de inclusão.

Eu já apoio muitos movimentos de mulheres, como a Mulheres do Brasil – quando a Heloísa Helena fundou, eu estava lá com ela. Tem a Ana Fontes, da Rede Mulheres Empreendedoras. Tem a Camila Achutti, que foi uma das primeiras a criar programas de computação para as mulheres. Então, eu estou trabalhando mais em rede e, em vez de criar um programa do zero, fortalecer os já existentes, integrar, dar visibilidade ao que essas heroínas estão conseguindo fazer, inclusive dentro das comunidades.

Tem um programa incrível no Rio de Janeiro, o Vai na Web, liderado pela Cris dos Prazeres.

André Baldini: Ela esteve aqui! A Cris veio.

Lindalia Junqueira: Ela é uma super parceira, a Cris e a Aline. A Cris trabalha também esse lado da autoestima. E, poxa, muda a vida deles [os alunos] aprenderem uma ferramenta nova. E agora, com essa nova onda de Web3, blockchain, etc, nossos apoiadores no prêmio vão trabalhar muito isso. Então você vê empresas grandes, até banco já criando escolas de tecnologia

Tem muita gente olhando para essa dor. Eu acho que está na hora de a gente integrar, valorizar o que já tem e dar visibilidade a elas lá fora, para elas captarem, inclusive, mais recursos de fundos de impacto social. Para ter sustentabilidade, mais tempo, não ficar só todo ano correndo atrás de patrocínio e vendo como é que vai fazer para isso se tornar viável, né?

Confira o episódio completo do Superlógica Talks com a Lindalia Junqueira no nosso canal!

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