Talks #37 – Marcel Campos, Head Global de Marketing da ASUS

Por: Rodrigo Ferreira3 Minutos de leituraEm 08/09/2022Atualizado em 20/09/2022

O Superlógica Talks recebeu Marcel Campos, head global de marketing da ASUS, executivo brasileiro que já exerceu cargos de liderança em grandes empresas de tecnologia. Ele contou como ingressou na multinacional taiwanesa, após uma entrevista em um boteco na Rua Vergueiro, na cidade de São Paulo. 

A conversa entre Campos, André Baldini e Marcelo Okuma envolveu também metaverso, novas tecnologias, algoritmos, marketing e até foguetes. Outro assunto abordado foi a experiência do executivo em andar, durante 30 dias, pelo caminho de Santiago de Compostela. A conversa está incrível. Confira o trecho no qual ele explica a conquista do seu cargo global na Asus:

Marcelo Okuma: Como foi sua trajetória para chegar na posição global da Asus? 

Marcel Campos: Eu tinha passado pela gerência de produto em notebook, tinha ajudado a crescer a marca Asus como produto e como marketing no Brasil. Faltava muito para fazer em marketing, mas a gente tinha conseguido trazer um volume que sustentava a operação. E a empresa estava se remodelando completamente, inclusive no Brasil. Eles me falaram para voltar pro marketing e não mexer mais na área de produto porque tinha crescido muito e eu estava sobrecarregado. Eu falei: “mas tem um produto novo que a gente tá trazendo, o smartphone, e eu quero continuar como gerente de produto de smartphone e marketing, mas abro mão do resto, sem problemas”. O que teve de gente que riu da minha cara quando eu disse isso. Porque imagina, a empresa só vendia notebook! 

E aí, veio o primeiro Zenfone, eu acreditei demais nele. O CEO da empresa também acreditava e eu não sabia disso. Ele era o cara que queria fazer o smartphone dar certo. Fiz um plano pra mim megalomaníaco na época, com um budget de marketing que não tinha porque não vendia o produto, ia lançar. Como você vai ter um budget de marketing se você não consegue ter uma base do quanto você vai vender? Você tem chutes, estimativas com os números de mercado, mas você não sabe o que vai rolar no final. Fiz esse plano de lançamento e o CEO veio, eu não sabia, mas ele se interessou a ponto de assistir minhas apresentações e querer saber o que eu ia fazer. 

Foi muito legal porque eu assumi de verdade a gerência de produto e de marketing, foquei muito nas coisas que estavam acontecendo, trabalhava como um maníaco, sacrificando pra caramba minha vida pessoal pra fazer isso acontecer. Deu muito certo o primeiro Zenfone e depois veio o lançamento do Zenfone 2. Nesse [produto] eu pirei na batatinha e fiz um lançamento que ninguém faria. 

Marcelo Okuma: O que você aprontou? 

Marcel Campos: A gente precisa lembrar que nessa época no Brasil, lançamento de produto de tecnologia era a coisa mais chata do mundo. (…) E eu tinha na minha cabeça que o smartphone era um produto que saía do lado lógico e entrava no emocional [do cérebro]. E se comportava muito diferente do que a gente estava acostumado. Era a tecnologia como uma ferramenta. O smartphone vai numa direção de moda, de vestuário e status. Como posicionar o produto falando que “é legal”? O smartphone tem isso, a questão de status. Isso não acontece com um notebook numa reunião. 

Então, pra mim, era lógico que eu tinha que fazer um lançamento emocional. Tinha que atender ao lado lógico, obviamente, mas tinha que ser um lançamento emocional. O primeiro evento que a gente fez de lançamento foi dentro desse conceito de emocional e dentro de outro conceito que eu entendia, de que o smartphone não pode nascer pequeno. Se ele nasce tímido, já é natimorto, não gera buzz e interesse. Você tem que conseguir gerar barulho e interesse, para as pessoas falarem sobre isso. Meu alvo era entrar em uma revista de fofoca, sabe? Por isso, o lançamento seria um show. 

Descubra como foi a estreia do Zenfone 2 no mercado e veja tudo o que contou o head global de marketing da Asus no Superlógica Talks! Assista ao episódio completo:

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