Talks #32 – Amyr Klink, Navegador e escritor

Por: Rodrigo Ferreira2 Minutos de leituraEm 03/08/2022Atualizado em 08/08/2022

Neste episódio, o Superlógica Talks tem o prazer de receber o navegador, escritor e grande empreendedor Amyr Klink. Amyr ganhou fama por suas expedições marítimas. Em 1984, após terminar a construção do seu primeiro barco, o I.A.T, tornou-se a primeira pessoa a realizar a travessia do Atlântico Sul em uma embarcação a remo. A jornada de 3.700 milhas e 100 dias pelo Atlântico teve início em Lüderitz, na Namíbia, terminou no dia 18 de setembro de 1984, na Bahia, e está retratada no best-seller Cem Dias entre o Céu e o Mar.

Em 1989, Amyr rumou à Antártica no veleiro especialmente construído para a expedição, o conhecido Paratii. Lá, permaneceu sozinho por um ano, sabendo que seu barco ficaria preso no gelo da Baía de Dorian por mais de 7 meses. Da Antártica, ele ainda navegou em direção ao Polo Norte para, então, retornar ao ponto de partida: a cidade de Paraty.

No Talks, Amyr Klink compartilha seus principais desafios como navegador e empreendedor, detalhes do planejamento de suas viagens e ainda apresenta seu próximo empreendimento: um condomínio sobre a água.

Confira um trecho do papo, quando Amyr fala de empreendedorismo e liderança:

https://youtu.be/8Lijux6gBvo

Marcelo Okuma: Amyr, foi bem legal você ter comentado o tanto que houve de preparação e estudo dos erros que outros cometeram para você não cometer também. Na prática, quando você está lá executando, você está sozinho. O quanto uma equipe é importante nessa preparação e no apoio na execução?

Amyr Klink: Não é diminuindo o valor da equipe, mas você não sabe o quanto é bom estar sozinho, sem ninguém em volta para te corrigir [risadas]. Eu acabei de falar aqui pro cinegrafista: “defende a sua máquina porque eu sou muito desastrado” [risadas]. Eu sei que sou desastrado. Mas o que é difícil explicar é que no fundo eu não estou exatamente sozinho.

Eu faço parte de uma cadeia muito longa de elos que não aparece, não é visível. Eu não peguei um monte de euros, fui lá na esquina e comprei o barco. Eu fiquei anos pensando em como fazer um barco com o dinheiro que eu tenho, como fazer, se ele vai aguentar, etc. E essa perspectiva de que você pertence a uma cadeia me fez pensar em um monte de coisas interessantes sobre o assunto. Eu gosto de trabalhar com desafios complexos, de estar junto com uma equipe, a gente aprende muito e a gente muda muitos conceitos.

Eu mudei o meu conceito do que é liderança. Você começa a perceber que o líder de verdade não é aquele cara que vai na frente abrindo caminho, visionário, gritando, que tem carisma. É o cara que vai atrás, muitas vezes, mas que faz todo mundo chegar. Eu não sei qual a sua meta de faturamento, mas você deve saber quem você quer ser daqui a dez anos. Não adianta ficar gritando na cara do pessoal, você tem que estar atrás, de olho no que está certo, no que está complicado, no que precisa mudar na estratégia. Eu acho que esse é o verdadeiro espírito empreendedor, essa é a característica mais importante, esse tipo de liderança, que no final, faz acontecer.

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