Tendências do mercado imobiliário no metaverso

Por: Jessica Moraes3 Minutos de leituraEm 12/04/2022Atualizado em 07/07/2023

Metaverso é uma das palavras da moda, pautada por alguns dos CEOs mais famosos e importantes do mundo, como Mark Zuckerberg e Satya Nadella, líderes de Facebook e Microsoft, respectivamente.

Aliás, Facebook não. Recentemente, a dona da maior rede social do mundo e também do Instagram e WhatsApp mudou de nome para Meta, uma explícita demonstração de que o metaverso é a nova aposta da gigante do Vale do Silício.

No mercado imobiliário, a aplicação prática do conceito de metaverso ainda é incipiente, mas já existem alguns cases para observarmos que tipos de possibilidades se apresentam.

Segundo dados do Google Trends, as consultas pelo termo no buscador atingiram um pico de popularidade em dezembro de 2021. Hoje, em uma escala de 0 a 100, o termo tem um valor de 30. Até outubro do ano passado, raramente ultrapassava 1.

Vale a pena, portanto, ficar atento a como a tecnologia, as soluções do mercado e o comportamento dos usuários se desenvolve na área das imobiliárias e incorporadoras.

O que é metaverso?

Metaverso é um espaço virtual que proporciona ao usuário uma experiência de imersão em um ambiente multidimensional, no qual as pessoas podem interagir entre si e com o ambiente utilizando avatares.

Um espaço no metaverso pode ser explorado por meio de dispositivos de realidade virtual ou ferramentas de realidade aumentada. Mas também com um software convencional, acessado pela tela do computador ou celular.

Um exemplo é o Fortnite, um jogo popular no mundo todo, que muitos consideram um tipo de metaverso. Afinal, os jogadores criam um avatar e têm acesso a vários tipos de experiências em um espaço virtual 3D.

Cases e reflexões sobre o metaverso no mercado imobiliário

Você sabia que já existem imobiliárias criadas para atuar exclusivamente no metaverso?

É o caso da Metaverse Group, uma subsidiária da Tokens.com que chega ao ponto de anunciar a localidade de Crypto Valley, no metaverso Decentraland, como sede da companhia.

O terreno onde foi “construída” a sede virtual foi comprado, em novembro de 2021, por US$ 2,4 milhões, no que é considerada a maior aquisição imobiliária no metaverso até agora.

O foco da empresa é constituir uma ampla oferta com a aquisição de imóveis e desenvolvimento de distritos no metaverso, e outros serviços relacionados.

Vizinho de Snoop Dogg

Outro exemplo de um terreno sendo adquirido no metaverso por bastante dinheiro é um caso um tanto inusitado.

Em dezembro de 2021, um usuário pagou US$ 450 mil para ser vizinho de seu ídolo, o rapper Snoop Dogg, na plataforma de metaverso The Sandbox.

A intenção do astro é construir uma réplica de sua mansão no mundo virtual e, nela, promover eventos e dar aos vizinhos acesso antecipado às suas produções.

Possibilidades do metaverso para imobiliárias

Apesar de termos exemplos de terrenos no metaverso sendo adquiridos por milhões, ainda é muito cedo para ter certeza sobre qualquer tendência nessa área.

Por enquanto, investir no metaverso faz mais sentido para empresas relacionadas ao universo dos games, NFTs e criptomoedas.

Os imóveis virtuais podem ser encarados pelo público consumidor como investimentos (de alto risco, para quem espera a valorização dos ativos) ou como entretenimento (pelas experiências que proporciona, como ser vizinho de um rapper famoso).

É muito diferente, portanto, do mercado imobiliário do mundo real, no qual as pessoas precisam de um lugar para morar e as empresas (a maioria delas) precisam de uma sede física para instalarem sua operação. Uma necessidade, portanto.

No futuro, um dos prováveis caminhos para as imobiliárias e incorporadoras será usar o metaverso como ferramenta de comunicação.

Ter uma sede em um mundo virtual poderá ser mais um canal de marketing e atendimento, mesmo que a empresa não tenha terrenos digitais no seu portfólio.

Também é possível criar réplicas de empreendimentos — como um condomínio ou um bairro planejado — no metaverso. Assim, os leads podem ter uma experiência de imersão no projeto e interagir com os avatares dos atendentes.

Desse modo, o metaverso deixa de ser uma simples ferramenta de promoção para se tornar também um canal de fechamento ativo do negócio. Inclusive, já existem empresas que fazem isso, oferecendo o produto no metaverso e entregando no mundo real.

Vale a pena para a minha imobiliária investir no metaverso?

Por enquanto, investir no metaverso é uma aposta muito arriscada para as imobiliárias.

É um universo que ainda está muito distante do core da maioria das empresas do ramo. Por isso, é preciso ter cautela antes de despender tempo e dinheiro com um projeto desse tipo.

Por outro lado, grandes incorporadoras e imobiliárias digitais, que têm a inovação como pilar na sua identidade de marca, podem enxergar no metaverso oportunidades de se posicionarem como empresas à frente, antenadas às transformações do mercado.

Mesmo assim, é recomendável minimizar o desperdício com uma abordagem ágil e o desenvolvimento de um MVP (produto mínimo viável) validado por usuários.

Seja qual for o tamanho da sua imobiliária, o que sempre vale a pena é estar informado sobre as tendências do mercado e da tecnologia.

Gostou de entender o que é o metaverso e quais as possibilidades para o mercado imobiliário? Deixe um comentário abaixo com a sua opinião.

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