8 mulheres que transformaram o mundo através do empreendedorismo
Em 1975, a Organização das Nações Unidas, a ONU, instaurou que o dia 8 de março seria o dia internacional das mulheres. A data foi escolhida para relembrar conquistas sociais, políticas e econômicas das mulheres, independente de divisões nacionais, étnicas, linguísticas, culturais, econômicas ou políticas. É o momento correto para exaltar mulheres empreendedoras.
Aqui na Superlógica, temos como propósito transformar o mundo através do empreendedorismo e estimulamos a diversidade em nosso ambiente de trabalho. Dessa maneira, neste dia 8 de março de 2019, reunimos 8 grandes inspirações femininas que, assim como nosso propósito, também provocaram uma grande transformação mundial empreendendo. Que elas inspirem vocês também.
Mulheres empreendedoras: qual a situação delas no Brasil?
Antes de citarmos os exemplos que conseguiram chegar lá, precisamos entender que o caminho para conseguir é difícil e existe uma série de obstáculos no meio dele. De acordo com pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE, as mulheres que estão inseridas no mercado de trabalho dedicam 7,6 horas a mais por semana em cuidados do lar ou outros membros em relação aos homens (18,1 contra 10,5).
Além de passarem mais tempo realizando tarefas domésticas, elas são discriminadas no próprio ambiente de trabalho. De acordo com pesquisa realizada pela Catho em 2018:
- Entre os com fundamental incompleto, as mulheres recebem 21,22% a menos de salário;
- Entre os com fundamental completo, as mulheres recebem 40,77% a menos de salário;
- Entre os com formação superior, as mulheres recebem 43,53% a menos de salário;
- Entre os com pós-graduação ou especialização, as mulheres recebem 35,04% a menos de salário;
- Entre os com MBA, as mulheres recebem 42,49% a menos de salário;
Além disso, não é apenas na questão salarial que a mulher enfrenta barreiras. De acordo com pesquisa do DataFolha de 2017, 42% das mulheres declararam já terem sofrido assédio sexual e em 15% desses casos, o ambiente era o local de trabalho.
Por fim, temos uma grande disparidade em quem comanda os negócios hoje em dia. De acordo com pesquisa do IBGE realizada em 2016, apenas 37,8% dos cargos gerenciais no Brasil eram ocupados por mulheres. Ainda temos muito pela frente, considerando ainda que no Brasil, de acordo com o Censo de 2010, a maioria da população é feminina (51%).
Por isso, essas mulheres que selecionamos e conseguiram sucesso empreendendo tiveram que superar não apenas as barreiras comuns ao empreendedorismo no geral, mas também as que são apresentadas às mulheres no dia a dia da vida empresarial. Esperamos que elas sejam fonte de inspiração e luta para vocês.
1. Ada Lovelace, a criadora da computação
Se o mundo que vivemos hoje é conectado dessa forma, é por conta da Ada Lovelace, que nasceu no dia 10 de dezembro de 1815 e faleceu no dia 27 de novembro de 1852, com apenas 36 anos. Ada Lovelace, com a ajuda de Charles Babbage, desenvolveu o que foi o embrião da computação moderna.
Babbage, seguindo os princípios de Joseph Marie Jacquard, mecânico francês que havia criado um mecanismo de perfurar cartões, criou uma máquina analítica para calcular diferenciais entre polinômios. A grande revolução desta máquina é que ela, assim como qualquer computador moderno, seria completamente programável.
Ada foi a responsável por desenvolver os primeiros algoritmos para essa nova máquina, em 1842, durante um seminário na Universidade de Turim. Ada escreveu uma série de instruções utilizando conceitos como:
- Subrotina: sequência de instruções que podem ser utilizadas várias vezes;
- Loop: repetição de uma sequência de instruções;
- Salto condicional: saltar uma sequência de instruções caso alguma condição seja atendida;
O problema é que eles estavam além de seu tempo. A máquina acabou nunca saindo do papel e os conceitos criados por eles não conseguiram ser implementados em até 100 anos depois. Foram construídas muitas calculadoras e sistemas para caixas registradoras, mas nada perto do trabalho de Ada e Babbage. Ada foi reconhecida como a primeira programadora da história mais de 100 anos após sua morte, em 1953.
2. Hedy Lamarr, a precursora do wi-fi e da telefonia celular
Se os algoritmos e programas de computador são essenciais para os dias de hoje, podemos dizer que a internet e a conectividade entre os dispositivos também revolucionaram a forma com que vivemos. E passa pela mão de uma mulher a criação do wi-fi como conhecemos hoje.
Hedy Lamarr, que nasceu em 1914 e morreu em 2000, não despontou inicialmente falando sobre matemática, computação e qualquer coisa ligada a ondas: Hedy surgiu como grande estrela do cinema alemão. O problema é que, com tamanha exposição, seus maridos se revelaram abusivos. O primeiro quis comprar todas as películas de um filme que ela aparecia nua e destruí-las, o segundo quis deixá-la trancada em casa.
A atriz reuniu todas as suas jóias, rumou para os Estados Unidos, constituindo carreira e se naturalizando norte-americana. Mas não é sobre a carreira de atriz que viemos falar aqui e sim sobre a transformação que ela causou no mundo empreendendo.
Durante a segunda guerra mundial, Hedy e seu marido, o músico e inventor criaram um aparelho para causar interferências em rádios e despistar exércitos nazistas. Eles perceberam, ao tocar piano, que se eles trocassem constantantemente os controles, eles só conversavam entre si. Ou seja, se emissor e receptor mudassem constantemente a frequência, eles poderiam se comunicar sem medo de serem interceptados.
Ofereceram a patente ao exército norte-americano, que a princípio recusou o uso da invenção pela complexidade dela. Eles foram utilizar isso quando a patente venceu em 1962, durante os conflitos com Cuba. Mas a invenção de Hedy veio para o nosso dia a dia apenas em 1999, quando a Ottawa Wireless Technology adquiriu 49% da patente.
Com base nessa invenção, surgiu a tecnologia Wi-Fi e CDMA (de telefones celulares). Hedy acabou não ganhando um centavo com a sua patente, mas, em 1997, recebeu do Governo dos Estados Unidos uma menção honrosa por abrir novos caminhos nas fronteiras da eletrônica.
3. Sandy Lerner, criadora de uma das primeiras gigantes da tecnologia mundial
Em 1984, enquanto trabalhava no setor de tecnologia da universidade de Stanford, Sandy Lerner tinha um problema: não conseguia enviar um e-mail para o Leonard Bosack, seu marido, que trabalhava em Stanford, mas em outro prédio. Assim, juntos eles desenvolveram uma tecnologia chamada “o roteador multiprotocolo”, que possibilitou resolver esse problema.
Assim, eles passaram a desenvolver o Cisco IOS, um sistema de intranet. Eles se juntaram com outros 3 membros e fundaram a Cisco e passaram a comercializar o software no mercado. Em 1986, eles venderam o primeiro roteador e em 1987, eles já tinham mais de US$1.5 milhão em vendas. Eles estavam arrasando, mas precisavam de investimento para voos maiores.
Depois de um tempo, conseguiram US$ 2 milhões com a Sequoia Capital que logo colocou John Morgridge como CEO da empresa. Sandy e John não tiveram uma boa relação desde o início e ele chegou a falar que “ela era tudo de errado com a Cisco”.
A partir daí, eles decidiram entrar na NASDAQ e, no dia 16 de fevereiro de 1990, e conseguiram uma capitalização de mercado de US$ 224 milhões (US$ 444.6 milhões em valores corrigidos pela inflação).
O problema é que, pouco mais de 6 meses depois, no dia 28 de agosto de 1990, Lerner foi despedida da empresa. Morgridge conseguiu convencer o conselho da sua visão e ficaram ao lado dele. Bosack tomou seu lado, deixou a empresa também e ambos venderam suas partes na empresa por US$ 170 milhões (US$ 327,4 em valores corrigidos pela inflação). Era bastante dinheiro, mas, em março de 2019, a Cisco é avaliada em aproximadamente US$ 220 bilhões.
Entretanto, Sandy não parou por aí. Depois disso, ela comprou uma fazenda, criou um fundo de investimentos de capital de risco, uma marca de cosméticos, vendeu essa marca de cosméticos para a Louis Vuitton, comprou uma fazenda orgânica, escreveu uma sequência para “Orgulho e Preconceito” (grande obra de Jane Austen), virou filantropa e fez muito mais coisas. Atualmente, Lerner é amplamente reconhecida como uma grande empreendedora nos Estados Unidos.
4. Camila Farani, a tubarão brasileira
Empreendedorismo não é só criar negócios do zero e transformar tudo à sua volta, é também propiciar que outros negócios se tornem também transformadores. Aí surge o papel do investidor, que abre as portas para que negócios menores se transformem em empresas bem mais revolucionárias.
Camila Farani é uma das principais investidoras-anjo (aquele investimento feito em estágio inicial) do país e ficou conhecida pelo reality show Shark Tank Brasil, que ela e outros investidores avaliam potenciais empresas para receber o capital. Mas a atuação dela é muito maior longe das telas do que a frente dela.
O empreendedorismo de Camila começou logo em casa, quando enxergava na sua mãe, empresária, uma grande referência. Começou a trabalhar com ela aos 16 anos e aproveitou o tempo que passou lá para aprender tudo que podia. Com 23 anos, já tinha sua própria empresa e, aos 26, já tinha 4 negócios diferentes.
Isso fez com que o grupo Mundo Verde, referência em alimentação fitness no Brasil, decidisse chamar Camila para a diretoria para encabeçar um novo projeto, o Verdano, rede de fast food baseada em alimentação saudável.
Depois da bagagem adquirida, Camila criou algumas empresas até se deparar com o investimento anjo e se interessar muito pela função. Foi estudar tudo sobre o universo de startups e empreendedorismo até entrar para o Gávea Angels e depois criar a G2 Capital, que hoje investe em empresas como Ramper e Gama Academy.
Entretanto, o projeto mais transformador dela foi a criação do Mulheres Investidoras Anjo, em 2014. O projeto busca inserir a mulher em um ambiente completamente masculino e promover empreendedoras de alto impacto ajudando a fomentar o ecossistema. O objetivo da organização é investir apenas em startups lideradas por mulheres.
5. Luiza Trajano, o maior nome do varejo nacional
Uma das 5 maiores redes varejistas brasileiras, com faturamento na casa dos R$ 14 bilhões em 2017, o Magazine Luiza deve muito disso a Luiza Trajano, atual presidente do conselho administrativo da empresa e antiga presidente dela. Ela foi responsável por algumas das maiores mudanças que a rede enfrentou nos últimos anos que fizeram com que a empresa guinasse para o sucesso.
Mesmo que o nome da empresa seja o mesmo que o seu, ela não foi uma das fundadoras. Foi Luiza Trajano Donato, sua tia, e Pelegrino José Donato, seu tio, que começaram o negócio. Nascida em Franca (SP), a loja se notabilizou pelo seu excelente atendimento ao consumidor e, assim, expandiu sua atuação para outras cidades do interior de São Paulo.
Em 1969, com 18 anos, Luiza Trajano, entra para a empresa. Ela foi crescendo pouco a pouco na empresa até que, em 1991, assumiu a presidência da rede de varejo. Ela acabou implementando diversas revoluções na empresa, mas a principal foi a “liquidação fantástica” em 1993. Em um dia, no início de janeiro de cada ano, o Magazine Luiza vende seus estoques com descontos reais de até 70% de desconto, motivando diversos consumidores a aproveitarem as promoções.
Também foram pioneiros no conceito de e-commerce no Brasil. Em 1992, eles implementaram lojas com apenas terminais eletrônicos e nenhum produto a mostra. Os atendentes ajudavam os consumidores e a compra era entregue em até 48 horas para o cliente. Uma década depois, em 2006, o Magazine Luiza ainda era a única loja brasileira omnichannel, ou seja, integrada em todos os canais de vendas, físicos e digitais.
O Magazine Luiza tem mais de 800 lojas em todo o Brasil e é avaliada em R$ 30 bilhões de valor de mercado (número de 2018). Luiza Trajano também faz parte da organização não governamental Mulheres do Brasil, que discutem ações ligadas a empreendedorismo, educação e projetos sociais voltados para mulheres.
6. Shonda Rhimes, um império no entretenimento
Se você acompanha o mundo da televisão norte-americana, esses nomes não são estranhos para você: Grey’s Anatomy, Scandal e How To Get Away With Murder. Juntas, as séries acumulam 27 temporadas, 12 nomeações para Globos de Ouro (1 prêmio) e 53 indicações aos Emmy Awards (8 premiações). O que essas séries têm em comum? Todas foram criadas por Shonda Rhimes, magnata do entretenimento norte-americano, na sua produtora, a ShondaLand.
Shonda começou a se interessar pelo audiovisual quando cursou o bacharelado de inglês e estudos de cinema na escola de Dartmouth, onde começou a dirigir peças de teatro e escrever alguns roteiros de ficção.
Depois que se formou em Dartmouth, foi se especializar em escrita de roteiros na Universidade do Sul da Califórnia, onde saiu premiada como uma das melhores da classe. Mas ela ficou muito tempo desempregada, pingando de bico em bico. No período, foi pesquisadora para o documentário “Hank Aaron: Chasing the Dream” e a escreveu o filme “Crossroads”, estrelado por Britney Spears.
Os próximos passos foram um estágio com Debra Martin Chase, trabalhando como produtora de Diário de Princesa 2, e uma vaga na produtora de Denzel Washington, a Mundy Lane Entertainment.
Só que a história começou a mudar de vez no ano de 2004, quando Shonda foi apresentar para ABC uma proposta de uma série médica sobre mulheres inteligentes. A proposta era substituir o sucesso Boston Legal, que estava chegando ao fim. A concepção era criar uma série diversa, que fosse uma afirmação contra o racismo. Assim surgiu Grey’s Anatomy que, desde 2005 até hoje, é um enorme sucesso e uma das âncoras de audiência da emissora. Foi uma das grandes formas da emissora conseguir se reinventar na década passada (anos 2000), após o fim do game show “Quem Quer Ser Um Milionário?”.
Junto com Grey’s Anatomy, surgiu também a produtora ShondaLand. Até hoje, foram 9 seriados concebidos pela produtora e 695 episódios filmados e transmitidos. A grande força das séries foi focar em personagens femininas e não as retratar como frágeis e dependentes dos homens e sim como auto-suficientes. A produtora assinou um acordo de US$ 150 milhões com a Netflix para produzir séries exclusivas para a plataforma de streaming.
7. Lucy Peng, a mulher mais importante da Ásia
Uma das empresas mais revolucionárias do mundo não vem dos Estados Unidos e sim da China. O grupo Alibaba construiu um império de comércio eletrônico e serviços digitais (da mesma maneira que a Amazon faz nos Estados Unidos) no mundo todo alcançando o faturamento de aproximadamente US$ 40 bilhões. Se formos analisar o seu valor de mercado, ele ultrapassa a casa dos US$ 500 bilhões, sendo considerada a 9ª marca mais valiosa do mundo.
Uma das principais mentes por trás de nesse negócio multi-bilionário é Lucy Peng, co-fundadora do grupo ao lado de Jack Ma, e atual CEO do braço financeiro da empresa, o Alibaba’s Ant Financial Services.
A sua carreira no mundo dos negócios começou quando se formou em administração na Universidade Zhejiang Gongshang, em 1994, lugar em que, posteriormente, ela lecionou durante 5 anos. Em 1999, junto com seu marido, decidiu se unir a Jack Ma e fundar o grupo AliBaba. No início, sua função era focada no departamento de recursos humanos da empresa, o que proporcionou um grande crescimento.
Outra grande inovação da empresa, quando o Alibaba já era um grupo mais consolidado foi a criação do Alipay, desde o início com Lucy Peng como CEO. Ela transformou a empresa no gateway de pagamento mais popular da China e na fintech mais valiosa do mundo, trazendo a revolução do pagamento instantâneo através do celular.
Em 2014, a fintech fez um reposicionamento da marca se chamando a partir de agora Ant Financial Services, incluindo outros serviços como cartões de crédito, empréstimos e identificação biométrica. Hoje, a Ant Financial Services tem US$ 150 bilhões de valor de mercado e Lucy tem uma fortuna avaliada em US$ 1,2 bilhão.
8. Oprah Winfrey, a mulher que revolucionou a televisão mundial
Quem assiste qualquer produto audiovisual, seja televisão, streaming ou cinema, certamente teve a vida influenciada de uma forma ou de outra por Oprah Winfrey. A atriz, apresentadora e empresária norte-americana revolucionou, durante a década de 1980, a forma de se fazer TV.
Em 1984, Oprah assumiu o AM Chicago, programa matinal com baixa audiência naquela época, e transformou no programa mais visto da região. Em 1986, mudando logo de nome para The Oprah Winfrey Show, a atração passou a ser transmitido para todo os Estados Unidos, virando presença certa nas casas das famílias norte-americanas.
Oprah conseguia mostrar o valor e a importância das mulheres em rede nacional do maior país do mundo, se mostrando vulnerável e se abrindo para todo o país, criando intimidade com elas. O programa ficou, ao todo, 25 anos no ar e teve a sua última exibição em maio de 2011. Ao longo desse tempo, ela tratou de temas sociais, espirituais e filantrópicos.
Nesse período, Oprah também entrou para o cinema, sendo indicada para o Oscar de melhor atriz coadjuvante pelo filme A Cor Púrpura em 1985; influenciou nas vendas do mercado literário, fazendo com que as suas indicações chegasse a 55 milhões de exemplares vendidos; criou revistas, rádios e portais para divulgar e propagar as temáticas que falava em seu programa; e foi considerada a primeira mulher negra a alcançar um patrimônio de mais de US$ 1 bilhão (em 2019, esse valor é estimado em US$ 2,5 bilhões).
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