Startup inglesa cria seguro colaborativo para bicicletas

Por: Heitor Facini2 Minutos de leituraEm 18/06/2018Atualizado em 29/10/2020

Já pensou em pagar uma apólice de seguros apenas quando utilizá-la? Essa é a proposta da Laka, insurtech (startup focada no setor de seguros) inglesa com sede em Londres.

A startup oferece seguros para bicicletas de ponta – aquelas com valores entre £ 1.000,00 e £ 7.500,00. A ideia é que o valor somado de todas as vezes que o seguro for adicionado seja dividido de maneira justa entre todos os usuários ao fim de cada mês.

Nova call to action

Como funciona?

Para não encarecer o seguro, há um teto, uma taxa máxima, definido pelo mercado. Segundo a empresa, esse teto é definido comparando com o que seria cobrado pelas outras seguradoras. Se o seguro não for acionado por ninguém, o custo é zero.

Se a taxa máxima definida for de £ 10,00, o usuário sabe que vai pagar um valor entre 0 e £ 10,00 ao fim de cada mês. Se o valor gasto pelos usuários ultrapassar a taxa definida, ele acaba sendo absorvido pela Zurich, empresa de seguros da Suiça – a Laka tem um acordo com a seguradora pagando uma taxa mensal. Assim, os usuários nunca receberão uma conta extremamente alta.

Mas como a Laka ganha dinheiro?

Apenas quando o sinistro é acionado. Ela adiciona 25% a cada serviço realizado para cobrir os custos operacionais e criar uma pequena margem de lucro.

“Os consumidores se tornam clientes sem pagar nenhuma taxa de entrada. Se o seguro é acionado, nós liquidamos o pagamento com o nosso capital de giro que temos graças a parceria com a Zurich”, declarou Jens Hartwig, co-fundador da empresa, em entrevista ao TechCrunch. “Assim, pagamos antecipadamente e depois faturamos o nosso cliente”.

É uma maneira de operar completamente diferente das empresas de seguros tradicionais, que têm lucros maiores com menos acionamentos. Isso acabava criando um problema na hora de acionar o sinistro: o consumidor precisa que o serviço seja feito de maneira rápida para resolver o seu problema, a seguradora acaba atrasando já que, se realizar o serviço, diminuirá seu faturamento.

Nova call to action

“O modelo antigo não é nem um pouco atrativo do ponto de vista do consumidor”, explica Jens. Assim, a empresa de seguros se transforma e atua no modelo de créditos, tendo de garantir que os clientes paguem a taxa ao final de cada mês. Jens acredita que o risco é facilmente controlado, como nos casos das operadoras de cartão de crédito e meios de pagamento.

No modelo antigo, a seguradora era a maior beneficiada se não houvesse problemas com a bicicleta. No modelo novo, quem se dá melhor é o consumidor. Isso cria um maior senso de proteção do veículo, fazendo com que ele veja motivos para cuidar melhor dele. “Nós incentivamos um melhor cuidado, já que ele se beneficia disso”, conclui Jens. “Mudando o modelo de negócios, nós eliminados o conflito entre seguradora e segurado”.

O que está coberto pelo seguro?

Na apólice da Laka, você pode adicionar quantas bicicletas quiser (entre £1.000,00 e £7.500,00 cada) com o total chegando até £15.000,00 ao máximo. Também é possível adicionar mais £ 500,00 em acessórios: computador de bicicleta, GPS, relógio de bicicleta, óculos, capacete e cadeado.

Dentre esses equipamentos, está coberto pela apólice roubo, vandalismo, acidentes e perda. Entretanto, não estão inclusos gastos relacionados ao desgaste pelo uso e competições profissionais. Não há previsão da expansão do serviço a outros países exceto a Inglaterra.





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